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Por uma nova Ordem IV - Mudar, fazendo mais e melhor

Antes de pensar em vencer as eleições, vamos discutir, de forma democrática e participativa, o que fazer e como fazer.

5/7/2018

Em novembro próximo haverá eleições para a Secional da OAB de São Paulo.

O grupo político que está terminando o mandato vai pleitear sua sexta eleição consecutiva – seriam dezoito anos seguidos sem renovação, inclusive de ideias. E pelo pouco que vem sendo oferecido à Advocacia e à sociedade em razão desse continuísmo é imperativo mudar.

Nesse período, fui presidente da Comissão de Prerrogativas e Diretor Secional (2010/2012 e 2013/2015). Doei tempo e energia para contribuir com a classe e a Instituição, esforçando-me para fazer o melhor que podia, mas sem meios de alterar e influir em questões essenciais decidi não ocupar outros cargos, para não ter de abdicar dos meus ideais, e nisto fui seguido por valorosos colegas.

Poderão alguns imaginar, maliciosamente, que minha saída decorreu da falta de espaço político para galgar novos postos. Contudo, eu poderia ter continuado se tivesse apego a cargos. Na época, assediado por outras chapas, não me pareceu correto migrar para a oposição – ainda que meu mandato na diretoria da OAB/SP estivesse a poucos dias do final.

Concluída a gestão, retirei-me e permaneci vigilante com relação aos problemas da classe e da OAB/SP. Escrevi artigos, fiz críticas, apontei problemas e sugeri soluções. Mas os anacronismos produzidos por tantos anos de gestão de um mesmo grupo, não apenas se mantiveram como foram aprofundados. Segui dialogando com os colegas, ouvindo muito, sobre como recuperar o prestígio da OAB e fazer a Advocacia paulista ingressar numa nova fase, que possa nos orgulhar e trazer dias melhores para quem exerce e tem amor genuíno pela nossa profissão.

A experiência haurida em mais de trinta e três anos de exercício da Advocacia na área criminal, o conhecimento acumulado por ter sido diretor das três mais antigas e importantes entidades da classe em São Paulo (além da OAB/SP, o IASP - Instituto dos Advogados de São Paulo, em duas gestões, e a AASP - Associação dos Advogados de São Paulo, da qual tive a honra de ser presidente), bem como a convivência permanente com os mais diversos profissionais da Advocacia, permitiram-me conhecer os problemas do nosso cotidiano. E, no caso da OAB paulista, conhecer seu funcionamento, o que é essencial para uma leitura correta da situação atual e saber o que fazer para melhorar. Muito há para ser feito, e mudar é preciso e urgente, de modo a reverter o que está ruim para que não fique ainda pior.

Em razão dessa trajetória, sinto-me no dever de compartilhar a experiência que venho acumulando.

Convido a todos os colegas inscritos na Secional de São Paulo para essa inadiável reflexão: advogadas e advogados, jovens ou mais antigos, dos mais comprometidos e familiarizados com as questões institucionais até aqueles que não veem na OAB a sua efetiva representação. Desse modo, enfrentaremos nossos problemas de modo elevado, desapegados do deletério pragmatismo eleitoral que corrói as boas ideias e afasta os idealistas.

Antes de pensar em vencer as eleições, vamos discutir, de forma democrática e participativa, o que fazer e como fazer. Vamos transformar a nossa OAB/SP, a maior e mais importante Secional do país, para que seja mais útil para todos nós, inclusive para quem acha que não precisa dela ou com ela não pode contar. Vamos vencer a apatia, acabar com o conformismo derrotista, e nos mobilizar para pensar grande, fazer algo maior em prol da Advocacia e da sociedade, que neste momento tanto precisam da nossa força e inspiração.

________________

*Antonio Ruiz Filho é advogado criminalista sócio de Ruiz Filho Advogados. Foi diretor secretário-geral adjunto da OAB/SP (2013/2015), onde também presidiu a Comissão de Direitos e Prerrogativas (2010/2012). Foi, ainda, presidente da AASP e diretor adjunto do IASP por duas gestões.

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