Segundo o Censo Jurídico 2017, onde a ProJuris ouviu, em março deste ano, 391 profissionais do Direito, 31% dos advogados trabalham com uma faixa mensal de inadimplência superior a 10%.
Em um segundo levantamento, "Inadimplência para escritórios de advocacia", a ProJuris constatou que:
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24% dos advogados sofrem com uma média de inadimplência superior a seis meses;
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74% dos advogados levam mais de um mês para receber por seus serviços advocatícios.
Portanto, o tema é urgente para escritórios de advocacia. O advogado, por sua vez, precisa encontrar formas de reduzir seus indicadores de inadimplência e o tempo de espera para receber seus honorários. Muitos advogados encontram obstáculos na própria cultura do escritório e não conseguem desenvolver procedimentos para combater a inadimplência.
Por exemplo, 76% dos advogados que responderam à pesquisa "Inadimplência para escritórios de advocacia" responderam que não contam com um profissional dedicado especificamente à cobrança de honorários atrasados. Nesse caso, cabe ao advogado incluir a cobrança de honorários em suas tarefas recorrentes, ou repassar a algum secretário, que também já conta com outras responsabilidades dentro do escritório.
É claro, contratar alguém para se dedicar exclusivamente à cobrança de honorários nem sempre é uma possibilidade plausível. A maior parte dos advogados e escritórios de advocacia precisam "se virar" como podem para reduzir esses indicadores.
Elencamos, abaixo, algumas práticas simples para advogados e escritórios de advocacia reduzirem seus indicadores de inadimplência por conta própria:
Estipular uma rotina de cobrança
Cultura é tudo, e pode ajudar a reverter a inadimplência no escritório de advocacia. A partir do momento em que se define um período específico para revisitar todos os inadimplentes do escritório e efetuar as cobranças, as chances de esquecer de cobrar ficam muito menores.
Trocar as planilhas por um software jurídico
Planilhas são ótimas, de verdade. Elas são práticas e não apresentam erros. Ainda por cima, servem para um milhão de coisas. E esse é justamente o seu grande problema: planilhas servem para tudo, mas não são especializadas em nada.
O que o advogado precisa é de uma plataforma que resolva o seu problema, e não o problema de todo mundo. Por isso, a inadimplência em escritórios de advocacia exige uma plataforma com funcionalidades dedicadas exclusivamente às suas peculiaridades.
O grande diferencial é a visão gerencial que um software jurídico oferece em relação às planilhas. Com uma interface intuitiva e prática, o advogado consegue organizar informações como
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Valor total de receitas e despesas;
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Data de inclusão da custa ou honorário;
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Status da custa ou honorário (pago ou não pago);
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Especificação individual de cada custa e honorário, associando o valor à pasta/pessoa correspondente.
Assim, o advogado controla quem paga, quem deve, quanto deve e desde quando deve. Facilitador, não?
Você pode conhecer todas as funcionalidades do Módulo Financeiro lendo esse artigo.
Padronizar a forma de cobrança
Qual a melhor forma de cobrar honorários? Ligar? Enviar e-mails? Alguns enviam mensagens no WhatsApp, ou vão até a casa do inadimplente. Cada advogado deve escolher o método que melhor lhe atenda. A questão é: definir um padrão ajuda a se organizar.
Padronizar faz parte de um ecossistema de decisões do escritório. Decisões que envolvem, rotina de cobrança, frequência de contatos e métodos de comunicação. Desse modo, o escritório desenvolve um circuito de cobrança, com data para começar e para se encerrar.
Por exemplo:
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Controle semanal de recebimentos - toda terça-feira, na parte da manhã, é
realizada uma rápida conferência no software jurídico
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Uma semana de inadimplência - envio de e-mail
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Duas semanas de inadimplência - novo envio de e-mail
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Após um mês de inadimplência - ligações quinzenais ao inadimplente
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Após seis meses - judicialização da cobrança
Assim, com uma padronização na cobrança, o escritório de advocacia economiza em tempo, ganha em produtividade e reduz as chances de gerar inadimplentes.
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*Tiago Fachini é membro do ProJuris.