O Instituto Paranaense de Estudos Criminais
Alexandre Knopfholz*
No último dia 19 de maio foi criado, em cerimônia realizada no Salão Nobre das Faculdades Integradas Curitiba, o Instituto Paranaense de Estudos Criminais (IPEC), núcleo de pesquisa e desenvolvimento das ciências penais que objetiva resgatar o Homem como o sujeito do Direito Penal e do Processo Penal.
Formado originariamente por um grupo de professores de ciências penais das Faculdades Integradas Curitiba, o IPEC inicia seus trabalhos lastreado na premissa de que o Direito foi elaborado pelo Homem e para o Homem.
Fazendo uma retrospectiva histórica do conhecimento jurídico, nota-se que este núcleo do Direito o homem -, foi sendo substituído em importância por aquilo que criou as leis. Ou seja: a invenção humana para regular suas ações e garantir suas liberdades o tornou escravo de seus preceitos. Como bem salienta Boaventura de Souza Santos, em sua “Crítica da razão indolente”, ocorreu uma “canibalização da emancipação social por parte da regulação social”. A lei, originada para libertar, agora sufoca. Esquece do seu criador, que igualmente é o seu destinatário: o ser humano.
Nesta equivocada conjuntura, composta pela lei em primeiro plano e pelo homem apenas num plano secundário, a vontade humana, o discernimento do ser racional é sufocado por um pensamento robotizado e mecânico. E tal é por demais perigoso, sobretudo na esfera criminal.
Diante de tal constatação, que se afigura como uma verdadeira crise de fundamento do Direito, é necessário adequá-lo a uma nova realidade.
Enfim, este é o objetivo do projeto proposto, aberto a todos os interessados. Busca ser um resgate do Homem nas ciências penais; busca alçá-lo novamente à condição de personagem principal no palco das leis, meras coadjuvantes de um procedimento maravilhoso a que se convencionou chamar Processo Penal.
Longa vida ao IPEC!
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*Advogado e Conselheiro Permanente do Instituto Paranaense de Estudos Criminais.
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