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A importância da Gestão da Informação na prática processual contenciosa atual

Os sistemas eletrônicos de gestão processual não são apenas vitais para que se tenha dinamismo nos procedimentos internos das empresas e escritórios com um número mínimo de processos judiciais e administrativos, mas se tornaram exigidos contratualmente pelos clientes aos prestadores de serviço.

30/3/2017

O Direito é, por essência, uma tradução do dinamismo das relações sociais que se desdobra, obviamente, através das inovações legais e, por que não dizer, através de uma série de acessórios que integram os mecanismos do nosso sistema jurídico e mercadológico. Um exemplo disso são as inovações práticas e legais trazidas pelo processo eletrônico, que já é uma realidade dentro do mundo jurídico.

Outro exemplo de inovação tecnológica atrelada às necessidades do cenário legal atual, e talvez o maior deles, é a importância de implantação de um sistema que possibilite gerir, de forma precisa, as informações dos processos de determinada empresa ou cliente, pois é nítida a tendência de concentração de número cada vez maior de processos sob o patrocínio de um número cada vez menor de bancas.

Agora imagine gerir uma carteira com mais de 1.000 processos de forma manual, consultando individualmente e atualizando informações relativas aos seus andamentos, objetos, decisões, pagamentos, provisionamento, etc. Impensável, não é mesmo?

Tal como o processo eletrônico, os sistemas eletrônicos de gestão processual não são apenas vitais para que se tenha dinamismo nos procedimentos internos das empresas e escritórios com um número mínimo de processos judiciais e administrativos, mas se tornaram exigidos contratualmente pelos clientes aos prestadores de serviço. E o motivo é claro.

As contendas jurídicas e administrativas, independente de sua natureza, se tornam mais comuns com o passar dos anos e representam um passivo financeiro cada vez maior para as empresas, de forma que é necessário um acompanhamento quase que em tempo real das demandas para que as instituições possam gerir seu orçamento de acordo com as condenações que eventualmente venham a sofrer.

Além disso, a extração e leitura correta das informações permitem que as empresas e escritórios possam analisar os indicativos extraídos dos relatórios processuais de forma mais apurada, possibilitando identificar objetos, comarcas, funcionários, produtos, unidades, pessoas, entre outros tantos elementos que compõem a sua operação e que representam uma ameaça maior ou menor, possibilitando que os gestores identifiquem esses pontos críticos e implementem medidas para sanar esses problemas de forma mais célere e assertiva, o que representa economia financeira para as empresas e instituições.

Isso sem falar na obrigatoriedade funcional e contratual que os escritórios de advocacia têm com relação ao fornecimento de relatórios periódicos e de acompanhamento para seus clientes e para os auditores independentes contratados, o que seria inviável sem que esses estejam devidamente cadastrados e atualizados em seus sistemas com as fases, decisões e riscos.

Ao falar de tarefas que, a princípio, são simples e vitais para a operação de qualquer carteira contenciosa, mas se tornam um desafio quando pensamos num universo de processos massificados, podemos citar o controle e o cumprimento de prazos, que se tornariam um pesadelo sem uma ferramenta eletrônica adequada.

Podemos, assim, afirmar que o investimento e atenção a este tipo de recurso e de profissionais capacitados para lidar com esse tipo de ferramenta se torna cada dia mais indispensável para uma gestão estratégica e focada em resultados, pois como bem disse Thomas Hobbes “conhecimento é poder”, e, no nosso contexto atual, podemos realizar uma leitura livre do célebre jargão e dizer que gestão da informação é economia, e economia é poder.

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*Henrique Gobbi é diretor de Expansão do grupo Souza Novaes Soluções Jurídicas

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