A onda de ataques em São Paulo - Inferno de Dante !
Carlos Alberto Barbosa de Mattos*
Mais inacreditável é verificar que, por ato de um único cidadão, que, de repente, decide “revogar” a concessão de indulto para o Dia das Mães, milhares e milhares de pessoas (e a esmagadora parte delas, inocentes), pagam por isso, com a própria vida !!!
Com isso, me vem à mente aquele velho adágio popular que preceitua: “Os inocentes pagam pelos pecadores” – e isto, de certa forma, faz com que nós acabemos nos reportando à época em que Cristo aqui esteve, entre nós.
Em outro aspecto da questão, não posso deixar de criticar o apoio que o Presidente da OAB de São Paulo (Dr. Luiz Flávio Borges D'urso) deu para a aprovação da alteração da Lei 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos). Muitas de suas atuações, seja no âmbito jurídico, seja no âmbito meramente político são bastante aplaudidas por inúmeros advogados paulistas. Mas, creio que esta não tenha sido tão festejada.
Ainda neste final de semana, ao acompanhar as infindáveis notícias nos tele-jornais, lembrei-me do melhor livro literário que li até hoje, do qual tomo a liberdade de transcrever pequeno trecho. Trata-se da obra “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, na qual o autor assim descreve a mensagem contida na porta de entrada do “Inferno”:
“Vai-se por mim à cidade dolente
Vai-se por mim à sempiterna dor
Vai-se por mim toda a perdida gente.
Justiça moveu-me o meu Alto Feitor,
Fez-me a Divina Potestade
A Suma Sapiência e o Primeiro Amor
Antes de mim nada foi criado
Senão o Eterno
E Eterna eu Duro
Deixai toda esperança, vós que entrais” (Grifos meus)
De tudo o que se vivenciou neste três últimos dias, pode-se dizer que a citação acima se aplica tal e qual à todos nós: sentimentos de dor, desesperança e medo é o que não nos falta !!!
Ainda relembrando da minha infância, me vem à mente a frase que era (e ainda é) o lema do colégio onde fiz parte de meus estudos (do qual a Diretora, enquanto viva, era fervorosa devota de Nossa Senhora do Carmo) e que poderia, talvez solucionar muitos problemas atuais, projetando-se os efeitos para o futuro:
“Educai as crianças e não será preciso punir os Homens”.
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*Advogado
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