“Até quando Catilina, abusarás de nossa paciência?”
Claudio Slaviero*
Requião manifestou também seu descontentamento com a atuação do Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que na sua avaliação não reagiu adequadamente diante do contingenciamento de recursos feito pela equipe econômica - “diante da não liberação de recursos, qualquer ministro com espinha dorsal de verdade teria se demitido, para que nós não acabássemos num escândalo e num prejuízo brutal como esse que o Brasil está sofrendo”.
É isso mesmo, governador!
Queremos um Brasil rico e respeitado pelas outras nações do mundo. É para isso que trabalhamos e pagamos impostos. Queremos resultados!
Não terá espinha dorsal de verdade o brasileiro que continuar tendo paciência e continuar concordando com a situação do jeito que está, com o já indisfarçável “salve-se quem puder” confirmado pelas informações, que se seguem:
1- A arrecadação de impostos e tributos deverá ficar R$ 6 bilhões acima do projetado pelo governo para este ano e chegará ao total de R$ 321 bilhões, conforme palavras de Joaquim Levy, secretário do Tesouro Nacional;
2- A MP 2555 que altera o limite de enquadramento do Simples está emperrada no Senado;
3- Será de R$ 10 bilhões para o país o custo das sucessivas elevações da taxa Selic, já que os juros básicos corrigem 56 % do débito federal;
4- Diante da valorização do real, pequenas e médias empresas estão deixando de exportar. A Associação de Comércio Exterior do Brasil, ao mesmo tempo que informa que 451 empresas já desistiram do mercado externo, estima que 600 a 800 deixarão de exportar seus produtos até o fim do ano;
5- A economia brasileira perde o fôlego no terceiro trimestre e a produção industrial, em setembro, deve ter recuado 1,6 %, frente a agosto, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada);
6- A despeito da vigilância sanitária ser uma responsabilidade do governo, o presidente Lula culpa os pecuaristas pela febre aftosa e afirma que “o mundo tratou com mais seriedade o problema da aftosa, do que determinados setores dentro do próprio Brasil”;
7- Dentro desse mesmo espírito de “esperteza”, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, rejeita “a radicalização na solidariedade” de Requião e afirma que “é preciso que os grandes produtores chorem menos e façam mais. O que eles gostariam mesmo é de não pagar as suas dívidas junto à União”;
Indagado a respeito dos efeitos dos focos de aftosa, sobre o setor de agricultura, o ministro Marinho revela total descaso com a dignidade dos cidadãos brasileiros ao afirmar que “ainda não tratamos do assunto. Vamos aguardar para ver o tamanho do estrago”.
Por muito menos a Revolução Francesa não perdoou Maria Antonieta!
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*Presidente da Associação Comercial do Paraná
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