Atualmente, no mundo corporativo, todos nós necessitamos de orientações para alcançarmos os resultados e as respostas que desejamos. Todos os profissionais precisam de fontes seguras de inspiração e suprimentos que contribuam para o desenvolvimento de seu potencial.
Nesse tom, para a viabilização de nossos projetos e para a excelência no aprendizado, devemos ter conosco uma pessoa que nos auxilie, desenvolva e inspire a fazer o que pretendíamos para nossa vida profissional, mas as dificuldades que encontrávamos nos distanciavam desses objetivos. Esse guia nada mais é do que o mentoring, ou seja, nosso mentor profissional para relacionamentos e experiências.
Mas, para entender um pouco sobre a mentoria, também chamada de mentoração, faz-se necessário voltarmos um pouco na história para identificarmos de onde surgiu o conceito de mentor.
Considerada uma das maiores obras da literatura, a Odisseia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega. O poema além de ser fonte de lealdade, perseverança e ensinamento moral, demonstra, além de tudo, a figura do mentor representada pelo amigo do personagem principal da trama, chamado de Ulisses. O mentor e amigo de Ulisses foi o grande responsável pelo apoio à sua família em suas longas viagens, apresentando admiráveis qualidades: professor, guia, conselheiro, guardião, orientador e modelo.
Assim, como a história grega apresenta, mentoria é um processo pelo qual duas pessoas interagem com escopo de potencializar a performance profissional através de uma pessoa mais experiente. Trata-se da sistematização de um recurso pelo qual uma pessoa dá poder ou autorização à outra para que esta possa orientá-la e guiá-la não só na esfera do trabalho, mas em um contexto mais amplo de vida e carreira.
Como mentor, seu papel também é conseguir resultados, responsabilidade pessoal para assegurar que o seu mentorado adquira e desenvolva as habilidades de que necessita. O mentor torna-se um guia, um líder do aprendiz, assumindo os riscos que envolvem inspirar responsabilidade e encorajamento. O mentor conhece os obstáculos e podem prover direção e inspiração para o desenvolvimento do profissional orientado, pois já navegou por essas águas anteriormente.
A professora Sondra Higgins Matthaei1 conceitua mentor como "uma pessoa que caminha a jornada da vida com outra, apontando os limites, modelando alternativas, apoiando escolhas e interpretando os eventos da vida".
Por isso, para que haja efeitos positivos, o mentorado precisa ser flexível e, para aprender, ser tardio para falar (humilde) e pronto para ouvir experiências de sucessos e fracassos. O mentor é uma arvore valiosa de sabedoria, pela qual o profissional poderá colher os frutos de lições importantes que podem prevenir teorias equivocadas, falhas de caráter, erros de avaliação e métodos ineficazes de trabalho2, ou seja, tornar completas a visão e a missão.
De toda a sorte, a mentoração pode até parecer informal, mas precisa ser planejada. Os planos podem e devem ser incorporados aos planos gerais de desenvolvimento definidos numa revisão de desempenho - processo de capacitação de poderes que focaliza os requisitos de aprendizado. Os objetivos da mentoria é ajudar o orientado a se tornar consciente de como está se saindo, em que precisa melhorar e o que precisa aprender.
Portanto, tanto o mentor como o mentorado podem receber e oferecer o que falta para cumprimento da missão profissional. Pois, não importa quão bom você seja como profissional, ninguém é autor sozinho da sua história. Somos construídos e construtores da nossa personalidade.
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1 Mattaei, Sondra Higgins. Mentoring in the Classroom.2006
2 GUERRA, Manassés: Liderar é preciso. 2012. Ed. Recriar.
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* Ricardo Oliveira Franceschini é advogado do escritório Martorelli Advogados.