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Festa da democracia brasileira

Episódios como a confusão ocorrida no momento em que José Genoíno compareceu à sua zona eleitoral para votar, distanciam ainda mais o cidadão brasileiro das urnas e do ideal da democracia.

7/11/2012

No dia 28 de outubro de 2012 foi realizado o 2º turno das Eleições Municipais, dito dia da “festa da democracia brasileira”, onde alguns incidentes negativos e que não contribuem em nada para melhoria do país foram registrados e até mesmo veiculados na imprensa. Um exemplo foi a confusão ocorrida no momento em que o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Genoíno, condenado pelo Supremo Tribunal Federal no caso “mensalão”, compareceu em sua zona eleitoral para votar.

Episódios como estes, distanciam ainda mais o cidadão brasileiro das urnas e do ideal do que seja a democracia, porque trazem descrença à melhoria das necessidades do povo que mais precisa.

Por essas e outras circunstâncias que, a cada eleição que passa, o número de pessoas que desperdiça o voto é cada vez maior. Para estas pessoas, que são muitas, o direito ao voto - que foi conquistado com muito sofrimento – perdeu sua importância. Esqueceram-se dos inúmeros protestos e conflitos travados contra os militares, morte de pessoas bem intencionadas, do sofrimento que perdura até hoje nas famílias destas pessoas, das “Diretas Já”, do impeachment ocorrido em meados da década de 90 no país e etc.

Ainda que tímido, o ideal da democracia ainda existe e para não morrer totalmente precisa ser cultivado e por pessoas de bem. Exemplo disso é a Lei da Ficha Limpa que representa a vontade pura da sociedade que não mais admite a candidatura de pessoas condenadas por decisão colegiada. Lei esta que, ao nosso sentir, nunca seria idealizada por um político.

Atualmente aquele ideal – que deveria perdurar hígido – está enfraquecido, mercê não só da forma de como se faz política no país, mas também da punição que, quando chega, é tardia. Vê-se, no fundo, que o interesse dos partidos é infinitamente maior do que o do povo. Até parece que a política passou a ser profissão e que vale tudo para nela se manter.

E quem perde com isso é a própria sociedade que é tão carente de educação, saúde, segurança e de tantos outros direitos garantidos pela Constituição Federal que deveriam, pela riqueza do nosso país, estar em condições muito melhores do que as de hoje em dia.

Constata-se, assim, que a sociedade contemporânea precisa de novos líderes, de pessoas descompromissadas com partidos políticos, com boas ideias e índoles, e que enxerguem na política o ofício de dar e oferecer e não o de receber, para que, dessa forma, diminuamos, ainda que paulatinamente, as diferenças entre o que temos hoje e o que podemos e temos condições de receber amanhã, melhorando-se em muito a qualidade de vida do povo brasileiro.

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* Thiago Manoel da Silva Dourado é advogado do escritório Fernando Corrêa da Silva Sociedade de Advogados

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