No mundo corporativo não são raras as vezes nas quais um profissional é alçado à condição de líder. Problema algum haveria se este profissional almejasse esta liderança, o que pressupõe tenha se capacitado e orientado seus esforços neste sentido; problema haverá sim se o mesmo passou a líder sem que estivesse atento a esta possibilidade, o que faz pressupor, por sua vez, não tenha se preparado.
Um dos primeiros dentre tantos questionamentos que orbitarão a mente do novo líder será sobre qual estilo e liderança há de adotar. Neste sentido, enumeramos seis principais espécies de líder: i) o educador (coach), o qual realiza junto com o liderado de sorte a ensiná-lo; ii) o democrático, aquele ouve e aprende com quem sabe realizar; iii) o liberal, que deixa realizar quem já sabe realizar; iv) o autocrático, este apenas determina o quê e como tem de ser realizado; v) o popular, é carismático e mantém bom relacionamento com todos e, por fim, vi) o ausente, ou seja, aquele que não acompanha de perto seus liderados.
Exceção feita ao líder ausente (será que é líder?), todas as demais espécies e características hão de compor o perfil de liderança, pois caberá ao líder buscar o equilíbrio e adaptar suas ações ao liderado, ao grupo e ao momento.
Contudo, convocamos a atenção ao líder coach, aquele que desenvolve as competências de seus liderados e permite que cada qual contribua de modo mais eficaz à consecução de um objetivo comum.
Este líder, antes de tudo, deverá perceber-se como líder e não como chefe. Tal como já tratamos em outro artigo – Líder ou Chefe? – o chefe possui objetivos sem a visão ampla, apenas informa e treina seus subordinados, é centrado no produto e no resultado, obedece às diretrizes de um projeto e as executa, é tão somente leal ao valor predominante, é eficaz e estável. O líder, ao seu turno, possui objetivos e também a visão do todo, se comunica, é centrado no cliente e no resultado, desenvolve e orienta seus subordinados, critica as diretrizes e sugere alternativas, mais do que leal é comprometido com o valor dominante; é inovador e empreendedor.
O líder-treinador (coach) age sobre o liderado (coachee) para que suas capacidades se desenvolvam e se exteriorizem e, para tanto, vale-se de treinamento (coaching) que, em brevíssima síntese, nada mais é do que um processo integrado por atuações voltadas ao autodesenvolvimento, por meio do qual o líder desenvolve as competências de seu liderado e o orienta de forma a mantê-lo sempre alinhado e congruente com suas metas e seus objetivos.
O verdadeiro coach apresenta as seguintes características técnicas e conhecimento de habilidades: i) quanto à técnica, utiliza a disciplina como motivação e estímulo; os outros são o fim; os objetivos e metas formam junto com o resultado o seu corolário; utiliza muito o recurso de reuniões e procura e valoriza muito a sinergia; delega, orienta e reconhece; ii) no que concerne ao conhecimento, estimula o feedback; tem o desempenho como resultado; transforma os erros em aprendizado e promove o desenvolvimento; por fim, iii) conserva habilidade em ouvir e considerar; respeita e reconhece as ações de seus liderados (seu fim); canaliza os conflitos na direção do crescimento; tema crítica como ferramenta e incentiva o trabalho em equipe.
Em que e pese a horizontalidade com a qual consideramos os aspectos enfrentados, certo é não haver mais espaço àqueles chefes ortodoxos e burocráticos, pois o mundo corporativo anseia por verdadeiros líderes que – além de fazer a diferença na busca de melhores resultados – sejam capacitados ao coaching.
Estes profissionais são muito valorizados, sobretudo em razão de conservarem consigo a capacidade de transformar as pessoas e o mundo à sua volta, extravasando a mesmice da qual muitas empresas são reféns.
Somente por meio e força de um olhar além dos paradigmas que engessam o cotidiano corporativo é que se pode pensar de forma crítica e é desta forma que se pode desenvolver e empreender ações inovadoras capazes de apontar alternativas e orientar o esforço de todos em favor de um resultado mais célere e eficaz.
Mais do que agente desta mudança, ao coach compete disseminá-la, preparando seus liderados para que desenvolvam suas competências e garantam a continuidade – e também disseminação – da criticidade e de uma cultura corporativa diferenciada e produtiva.
E você? Está preparado para ser um verdadeiro líder coach ou continuará a ser o chefe de sempre?
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