Mesmo assim, todas as vezes que minha filha me pergunta algo filosoficamente conceitual, passo o dia (e às vezes a noite) pensando a respeito... e então, resolvi dividir com vocês.
Realmente ser adulto é bom, mas se pudesse ser sincera ao extremo naquele momento, diria que ser criança é fantástico!
Não ter a noção das horas, viver o momento, ficar ansioso com a perspectiva da festa de aniversário (que ainda levará meses pra acontecer), se fantasiar de princesa e viver seu conto de fadas particular quantas vezes quiser...ser criança é realmente muito bom.
Já como adultos, somos cercados de compromissos, de tarefas e afazeres. Hora pra acordar, dormir, trabalhar, data pra tudo, tempo escasso e alguns minutos de descanso antes de ouvir o choro do bebê no berço – chamando pela mãe.
Ser adulto é bom sim, mas existe uma deliciosa magia na infância. Acredito que a mesma sensação de ver a vida colorida só sentimos depois de adultos quando nos apaixonamos (por alguém, por uma ideia, por um sonho, enfim...por algo).
Outro dia assisti uma entrevista com a Madonna e ela falava sobre o declínio de ícones pops, perdidos entre muitos pecados capitais e lançou o seguinte comentário: "ao contrário deles, tive sorte em conhecer as pessoas erradas e cometer alguns erros, enquanto ainda não era famosa". Ou seja, erros todos nós cometemos, tomamos decisões equivocadas e pagamos o preço por isso, mas o tempo, senhor das cicatrizes, transforma tudo isso em aprendizado (para alguns) e seguimos em frente, para outros esses erros ficarão marcados para sempre (afinal, em tempos de internet, o anonimato é um dom).
Acredito que isso é ser adulto: tomar as rédeas da sua vida, decobrir que não somos marionetes e sim os atores por trás do espetáculo, somos a causa dos risos e dos choros e ao contrário das crianças, aprendemos que nem sempre aparecerá alguém no meio da noite para nos acalmar quando perdemos o sono.
Se por um lado parece que a magia diminuiu, subimos de posto e viramos heróis para uma legião de pequenos seres. Imbuidos de uma coragem extrema, aniquilamos uma centena de monstros reais e imaginários, para que um dia possamos olhar com orgulho para eles e dizer: "e aí filho, como é ser gente grande?"
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