William Monteath
Os malefícios da contraproposta
Os profissionais devem estar alertas, pois aceitar a contraproposta cria um mal-estar com a empresa contratante e com a consultoria de recrutamento. Ainda que o candidato não esteja preocupado com isso, a pior consequência é que a empresa que fez a oferta de contraproposta passa a vê-lo como um profissional insatisfeito e tende a deixá-lo de fora de futuras promoções, por exemplo. Nessas situações, é comum que na contraproposta a empresa faça muitas promessas de melhorias, mas, atenção, também é comum que as mesmas promessas não sejam cumpridas e no curto prazo o profissional acaba se frustrando.
A contraproposta traz à tona outra questão. Se a empresa tem a possibilidade de valorizar salários, oferecer benefícios e qualidade de vida, além de melhores condições ao profissional, por qual razão propor isso apenas quando está prestes a perdê-lo? Em muitos casos, a empresa prefere usar o artifício da contraproposta para segurar o profissional e ganhar tempo para substituí-lo.
Uma forma de evitar que o profissional seja seduzido pela contraproposta é a tomada de decisão rápida. A lentidão no processo dá margem para que o candidato possa receber novos desafios, projetos e até melhores condições em seu atual emprego. Afinal, perder um profissional após todo processo de seleção com diretores e até o presidente da empresa é oneroso.
É preciso, portanto, que todas as partes envolvidas no processo de contratação compreendam os aspectos negativos arraigados na contraproposta para que candidatos não estejam suscetíveis a este tipo de oferta quando já fecharam com outra oportunidade e caso aconteça, que não a aceitem; empresas entendam que é preciso pensar em retenção no dia a dia e não quando está prestes a perder um bom profissional; a empresa contratante deve fazer propostas agressivas e tomar decisões rápidas para não dar margem às negociações.
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*William Monteath é diretor de operações da Robert Half, no Rio de Janeiro/RJ
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