O governo brasileiro e sua crise de governance
Karine Araújo Lima Bellaguarda*
O que ocorre, na verdade, é a crise de govenance (governança). Segundo Eli Diniz, governance diz respeito à capacidade governativa no sentido amplo, cuja atividade estatal deve saber compor a política social e implementá-la frente às metas coletivas. Os atores políticos têm grande responsabilidade em deixar o governo em faces limpas frente à sociedade, e a partir daí, eivam dúvidas em relação à sua legitimidade e como estes podem agir para conter o país dentro de uma democracia, atendendo às reivindicações sociais. Tendo em vista isso é que muitos literários da política brasileira analisam como pode a democracia se estabelecer em um país tão desigual, onde a renda não chega a toda à população.
Lamounier é que afirma que o Estado brasileiro sofre desde 1980 o que se chama a paralisia hiperativa, porém neste caso ele analisa de forma que o governo vêm sofrido uma crise de existência baseada na governabilidade, em que durante a década de 80 por exemplo mudou-se radicalmente para a democracia, mas restando duvidas sobre a melhor maneira de colocar o governo brasileiro dentro dos quadros democráticos aparentes mais cogitados.
Creio que o país, ainda mais agora com um governo que proveio de demandas verdadeiramente esquerdistas, em que o Partidos dos Trabalhadores sempre teve em uma de suas principais fontes ideológicas a união dos trabalhadores para implementar a democracia no país, vive uma verdadeira crise de governance, pois a dificuldade de cumprimento de promessas ideológicas e apresentação de boa governabilidade por parte do próprio governo se estampa cada vez mais vigente.
O ideal de reforma, de atendimento a todas as classes da sociedade, principalmente àquela necessitada de prestações sociais mais urgentes e cruciais, de um governo justo e competente o suficiente para combater a fome tornou-se relativamente inviável, ainda que tenham todos os fatores propiciadores para tal.
Governar não é fácil, por isso que não basta possuir ideais democráticos sem que se possa investi-los na realidade, colocando em cheque a sociedade e deixando-a conforme o princípio marxista idealiza.
Não há investidura que não tenha suas mazelas, o que ocorre é a ilusão dos eleitores de um governo mais prestativo. O fato é que já se comprova através de muitos autores a crise de governance, em que os atores políticos têm dificuldade em implementar políticas públicas favoráveis à população e se vêem incoerentes às suas promessas de governo, embora muitas vezes não queiram acreditar como tal.
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*Bacharelando em Direito da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
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