Editora Migalhas lança a obra "Notas de Processo Civil"

Lançada pela Editora Migalhas, a obra "Notas de Processo Civil", de autoria do experiente advogado Clito Fornaciari Júnior, apresenta pensamentos que servem para externar ideias sobre o estudo, a prática e a vivência do Direito. Para o autor, "por meio do Direito se poderia fazer Justiça e, mais do que isso, construir a paz e a harmonia social tão necessá­rias para que se possa dizer existir uma democracia e se acreditar que neste país ainda há espaço para um Estado de Direito".

Justificativa

"Sempre confiei na minha memória e ela, durante muito tempo, não me negou resposta. Assim, as pesquisas que fazia, os artigos que escrevia e os recursos que interpunha ficavam guardados e, quando deles precisava, vinham à mente sem maiores dificuldades. Aproximando-se, porém, a marca dos sessenta anos de vida, do mesmo modo que joguei fora guardados que nunca usei, poesias que não dediquei, contas de que não precisei e créditos que não cobrei, tratei também de criar um arquivo que me poderia socorrer, sem ocupar espaço nas minhas gavetas e estantes, nem em minha cabeça.

Acabei me valendo, então, de qualquer coisa eletrônica que, na época, ainda não estava tão ultrapassada, como certamente hoje está. Criei, em 17 de agosto de 2009, um blog (jurisdrops.blogspot.com), não para ter seguidores, não para ser visualizado e influenciar correntes e pessoas, tanto que, modestamente, o tratei como "drops", pingos, gotas, pingentes de coisas jurídicas, porém não necessariamente um estudo, uma tese nova ou algo que poderia afetar a dinâmica ou a Ciência do Direito. Mesmo assim, uma meia dúzia de fiéis escudeiros a ele aderiram, certamente sendo responsáveis pelas quase 25.000 visualizações, ao longo destes mais de onze anos. É um nada, sei disso e não tenho nem vergonha, nem pretensões neste campo. Serviu, porém, para arregimentar, com alguma organização, trezentos e quarenta e dois drops, pequenas ideias, muitos desabafos, algumas irreverências, alguns carinhos também, que representam pedaços de algo jurídico, suscetíveis de merecer um desenvolvimento ou servir somente de consolo para qualquer coisa que se perdeu.

Acreditando, todavia, no livro real, de papel e, assim, palpável, de cujo vício ainda não me libertei, e lembrando o que fiz com alguns dos 196 artigos que escrevi, graças à paciência e à tolerância do amigo MILTON RONDAS, na infelizmente extinta Tribuna do Direito, com 44 dos quais montei o Processo Civil: verso e reverso (2005), que outro amigo, o JUAREZ DE OLIVEIRA, não menos paciente e tolerante, decidiu publicar, resolvi também resguardar parte do que armazenado estava no Jurisdrops, transformando em outro livreto, na esperança de que sirva para alguma coisa, ainda que menos nobre, para quem tiver a pachorra de o ler.

Trago, assim, alguns pensamentos que escrevi, pedaços de recursos que apresentei, em grande parte - confesso - rejeitados, mas que servem para mostrar o meu respeito à Ciência do Direito, pois as indignações que retrato e as transcrições que faço foram indiferentes a amizades antigas e serviram não para ganhar causas e muito menos dinheiro, mas sim demonstrar que o que postulei era com fundamentos e longe ficou do oportunismo, mas sim aliado esteve à convicção de que por meio do Direito se poderia fazer Justiça e, mais do que isso, construir a paz e a harmonia social tão necessárias para que se possa dizer existir uma Democracia e se acreditar que neste país ainda há espaço para um Estado de Direito.

Para atingir o que me propus há já longo tempo - passaram-se onze anos - apresento não um prefácio, mas uma reles justificativa."

- Clito Fornaciari Júnior.

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