MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Hospital é condenado por negar internação de testemunha de Jeová
Liberdade religiosa

Hospital é condenado por negar internação de testemunha de Jeová

TJ/MG reforçou que a legislação assegura à paciente o direito de recusar a transfusão de sangue, sendo uma pessoa plenamente capaz e consciente.

Da Redação

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Atualizado às 14:27

Hospital foi condenado após recusar a internação de paciente, membro da Comunidade Testemunhas de Jeová, que não assinou termo de consentimento para transfusão de sangue, procedimento considerado pelo hospital como indispensável. A decisão veio da 9ª câmara Cível do TJ/MG, que reforçou que a legislação assegura à paciente o direito de recusar a transfusão de sangue, sendo uma pessoa plenamente capaz e consciente.

"A ausência de assinatura do termo de autorização para a administração de tratamento hemoterápico, sem iminente perigo de vida, além de manter resguardado o seu direito fundamental de liberdade de consciência e de crença (art. 5º, VI, CR/88), não afronta o direito fundamental de vida (art. 5º, caput, CR/88), não podendo ser fator impeditivo para sua internação no hospital réu para a realização do procedimento médico pretendido", diz trecho do acórdão.

O caso chegou à Justiça por meio de recurso de apelação do hospital contra sentença que o obrigava a internar a paciente e cobrir as custas processuais e honorários advocatícios.

O hospital defendeu que não cometeu ato ilícito, argumentando que informou à paciente, de forma verbal e escrita, sobre os procedimentos necessários para a internação.

No entanto, o relator do caso, juiz convocado Fausto Bawden de Castro Silva, concluiu que a recusa da paciente em receber transfusão de sangue, uma decisão tomada de forma autônoma e consciente, deve ser respeitada e não pode ser uma barreira para sua internação no hospital.

Portanto, a sentença foi mantida.

 (Imagem: Freepik)

Hospital é condenado por negar internação de testemunha de Jeová.(Imagem: Freepik)

O advogado Júlio Abeilard da Silva defende a paciente.

Acesse o acórdão.

Patrocínio

Patrocínio Migalhas