Explosão em Bagdá - Atentado terrorista
Morre diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello
Da Redação
terça-feira, 19 de agosto de 2003
Atualizado às 14:20
Explosão em Bagdá
Atentado terrorista mata diplomata brasileiro
Sérgio Vieira de Mello, enviado especial da ONU para o Iraque, morreu após ficar gravemente ferido em uma explosão que ocorreu na região do hotel Canal, que abriga o quartel-general da ONU na capital iraquiana, às 16h40 (9h40 em Brasília). O diplomata brasileiro de 55 anos foi nomeado para o cargo em maio pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, com a missão de participar no processo de reconstrução do país, na promoção dos direitos humanos e na cooperação com o estabelecimento de um governo local .
Funcionário da ONU desde 1969, Mello tinha a reputação de ser um hábil negociador em situações difíceis. Desde julho de 2002 no cargo de alto-comissário, ele vinha adotando uma postura de menor confrontação com os governos e mais movimentação de bastidores.
Antes de assumir o Alto-Comissariado de Direitos Humanos, Mello comandou o governo interino de Timor Leste, durante o processo de independência da ex-colônia portuguesa. Ele já havia sido representante da ONU em Kosovo, dirigiu o programa de retirada de minas terrestres no Camboja e foi consultor político das tropas de paz no Líbano.
Direitos Humanos
Nascido no dia 15 de março de 1948, no Rio de Janeiro, Vieira de Mello estudou Filosofia em Paris e obteve título de doutorado pela Sorbonne. Em 1969, quando ainda estudava, começou a trabalhar no Acnur, exercendo cargos em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Peru.
Foi o principal assessor da Força das Nações Unidas no Líbano entre 1981 e 1983, no momento da invasão israelense. Depois, ocupou vários cargos de direção no Acnur em Genebra, antes de dirigir, em 1994, a Força de Proteção a Civis da ONU (Forpronu) para a antiga Iugoslávia, no momento mais crítico da guerra na Bósnia.
Após o genocídio em Ruanda, Vieira de Mello foi, durante alguns meses de 1996, coordenador humanitário para a região dos Grandes Lagos, no Leste da África, e depois, nomeado alto comissariado adjunto para os refugiados.
Em 1998, Vieira de Mello foi nomeado para dirigir o escritório de Assuntos Humanitários da ONU.
Defendeu com entusiasmo a ação da ONU no Timor Leste, após a votação maciça da população em favor da independência do território. Em outubro de 1999, foi nomeado administrador do Timor Leste, com a tarefa de reconstruir o território devastado pela guerra.
Em junho do mesmo ano, o diplomata brasileiro já havia sido convocado por Annan para administrar provisoriamente Kosovo, imediatamente após a entrada das tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da partida dos sérvios nos Balcãs.
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