OAB/SP considera ataque a ônibus um ato terrrorista
Da Redação
sexta-feira, 2 de dezembro de 2005
Atualizado às 07:31
OAB/SP considera ataque a ônibus um ato terrrorista
O presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, divulgou nesta quinta-feira, 1/12, Nota repudiando o ataque do crime organizado a um ônibus no Rio de Janeiro, que causou a morte de cinco vítimas inocentes, carbonizadas. Para D'Urso, o episódio se equipara a um ato terrorista. "Foi um crime desumano, violento e covarde", afirmou o presidente da OAB/SP, para quem não há lugar no Estado Democrático de Direito para qualquer forma de terrorismo.
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NOTA
Consternada com o episódio de incomensurável violência patrocinado pelo crime organizado no Rio de Janeiro - que na noite de quarta-feira, jogou gasolina e ateou fogo em um ônibus circular, causando a morte de cinco pessoas carbonizadas, entre elas uma mãe e seu bebê de um ano - a Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil vem a público solidarizar-se com as famílias das vítimas e cobrar do Estado brasileiro uma resposta institucional à altura da crueldade deste crime, que merece o repúdio de toda a humanidade.
A exemplo de uma ação terrorista, foi um crime desumano, violento e covarde. As facções criminosas no Rio de Janeiro não conhecem limites para atingir aos seus fins, impondo um verdadeiro flagelo à população civil. Contudo, o terrorismo, em qualquer das suas formas, não cabe dentro do Estado Democrático de Direito, na esfera do respeito à legalidade e à cidadania, devendo ser extirpado com firmeza, para que a força do Direito possa se sobrepor à força do crime.
Não se pode admitir que o terror promovido pelo crime organizado seja espalhado impunemente, com um claro propósito de intimidar a população civil, porque viu suas determinações contrariadas. Tal fato atesta que o Estado vem relegando seu papel de garantidor da ordem e da segurança pública, principalmente nos grandes centros urbanos. A árvore da violência nutre-se da fragilidade da atual política de segurança pública, espalhando suas sementes de insegurança entre os cidadãos, vítimas inocentes.
Aguardamos uma reação convincente do governo federal, em colaboração com a administração do Estado do Rio de Janeiro, na apuração desse crime bárbaro, que possibilite à população enlutada retomar à sua rotina de normalidade, colocando em ação medidas de segurança pública preventivas, para que não tenhamos de conviver com um tipo de violência que não é regulada pela lei e que só nos permite intervir, quando vidas inocentes já se perderam.
São Paulo, 1º de dezembro de 2005
Luiz Flávio Borges D'Urso
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