Supremo

12/6/2020
Sérgio Aranha da Silva Filho

"Li e ouvi no Migalhas a saudação do ministro Toffoli ao ministro Marco Aurélio de Mello. Entretanto, no pronunciamento anterior do douto presidente (vídeo anterior), nas críticas que ele fez ao chefe do Executivo democraticamente eleito, uma coisa me chamou a atenção: A certa altura da crítica não processual, o digno ministro do STF, ao afirmar extrajudicialmente que certas falas do presidente Bolsonaro são dúbias, ele completou seu pensamento com as seguintes frases: 'é preciso de ter prudência...é preciso de ter união...'. Sinceramente, fiquei decepcionado até em termos gramáticos com tal discurso. Explico: Embora não concordando com as teses esposadas, seria melhor que no português lançado fosse dito: 'é preciso ter prudência...é preciso ter união...'. No caso, desnecessário o uso da preposição 'de', até porque ela gera o cacófato 'deter', representando verbo com o mesmo nome que significa 'parar'. Assim, as frases presidenciais soaram como 'é preciso deter prudência...é preciso deter união...', dando uma ideia diametralmente contrária ao que se realmente parecia querer dizer! Desculpem-me a franca colocação, mas como advogado, vejo-me na obrigação de zelar pelo nosso lindo idioma e confesso que o Migalhas, denominando-se informativo jurídico, também poderia tratar deste tema, já que outrora, quando o antigo rotativo falava em chibatadas e só tratavam imparcialmente de temas realmente jurídicos, nós, leitores, apreciávamos muito as palavras - até difíceis - rebuscadas de um belo português de realmente notáveis como Camões, Vieira, Graciliano, Beviláqua, Barbosa, etc..., Quanto ao Supremo, cujo nome já diz muito, muito valor tem, mas nem tudo são flores como pinta o Migalhas e alguns operadores do Direito. Por exemplo: Eu, Sérgio Aranha da Silva Filho, OAB/SP 63138, impetrei o HC Criminal 167.579, coator STJ, paciente L.H.E (pessoa simples e sem muito recursos) e o 'remédio heroico' está desde 5 de fevereiro de 2019, concluso ao Digno Relator Min. Marco Aurélio! Consultando meu cliente, só divulguei dados públicos para não ferir eventual segredo. Verdade seja dita, muito há ainda para melhorar. Vivemos um tempo de muita crítica e pouca autocrítica. Isto, somado a ferrenhos interesses particulares prejudica o país como um todo de maioria pobre, beneficiando a poucos mais materialmente afortunados. Opinião lançada nos termos do art. 5º, IV, 1ª parte da Constituição Brasileira e em resposta aos temas a nós enviados, ao momento que estamos vivendo e por 'tudo mais que está por aí'. Obrigado."

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