Estratégias de guerra para expandir os negócios

Daniel Fernandes Limiro*

Guerras em busca da expansão territorial, da imposição de religiões, da defesa de ideais, a polêmica guerra "contra o terror", e agora, a guerra pelo crescimento dos negócios. Pode até parecer assustador, porém, diante das evoluções de mercado com as quais nos deparamos, é possível perceber cada vez mais semelhanças entre o mundo articulista das batalhas e as estratégias audaciosas para expandir no mundo dos negócios.

Carl Von Clausewitz, pai do estudo moderno da estratégia, define estratégia militar como "o emprego de batalhas para obter o fim da Guerra". No mundo dos negócios não é diferente, podendo-se traduzir essa definição como "o emprego de estratégias de mercado para obter o fim, que é o sucesso da empresa". Há muito mais semelhanças entre as estratégias de mercado e as estratégias militares do que possamos imaginar.

Napoleão Bonaparte, o maior estrategista militar de todos os tempos, invariavelmente buscava obter o controle na batalha, usualmente alcançando o sucesso através de manobras superiores. E só foi vencido quando seus inimigos utilizaram suas próprias estratégias contra ele, na aclamada batalha de Waterloo. Pelo que acompanhamos atualmente, uma das maiores "manobras superiores" praticadas no meio empresarial é a transação entre empresas.

Trata-se de mais do que destruir as "bases inimigas" (concorrência) e avançar território acima. Realizar Fusões ou Aquisições pode, em muitas das vezes, traduzir "baixa da guarda" e a "aliança" com seu principal "inimigo". E a grande maioria das empresas está se apercebendo disso. Como principal e mais recente exemplo podemos citar a aquisição da norte-americana Anheuser-Busch, fabricante da lendária cerveja Budweiser, pela Belgo-brasileira InBev, fabricante das nossas tradicionais cervejas e detentora de quase todo o mercado de bebidas brasileiro.

O exemplo citado trata-se uma negociação que envolveu cerca de 52 bilhões de dólares. Mas não pense que essa realidade está longe dos seus negócios, mesmo que seja microempresa ou empresa de pequeno porte. As transações entre empresas são acessíveis a qualquer ramo e a qualquer dimensão se revelando uma "manobra muito superior" seja para aumentar a capacidade de uma indústria, seja para estender segmentos de produto ou mercado ou, até mesmo, para construir um novo setor. No mundo negocial é possível que Davi una sua inteligência à robustez e imensidão de Golias visando suprir as necessidades que sua pouca estatura lhe proporciona.

Fusões e Aquisições são sem sombra de dúvida o que a maioria das empresas vem adotando como estratégia. Porém, quando se trata de adquirir ou se unir a uma empresa que só é conhecida "por fora", há de serem tomadas várias precauções. Uma delas, e, em nossa opinião, a principal, é o procedimento due dilligence financeiro e jurídico.

O due dilligence, no sentido amplo da expressão, significa a análise da via de mão dupla que pode envolver uma transação, ou seja, investigação criteriosa para analisar a completa verdade do que a empresa possui, tanto seus ativos quanto seus passivos. Consiste, portanto, na contratação de uma equipe técnica, especializada na área, a qual passa um período realizando auditorias na empresa-objeto para analisar a viabilidade de se concretizar o negócio. Isso evita aquela desagradável surpresa de se encontrar apenas meio bicho após já ter mordido a maçã.

"Um estrategista é aquele que sabe aplicar e explorar com eficácia os recursos de que dispõem, suas ações são planejadas de acordo com objetivos determinados..." (Morgen Witzel, autor do livro 50 Grandes Estrategistas de Administração).

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*Advogado do escritório Renaldo Limiro e Advogados Associados S/S