Quando JK, cronologicamente antecipou Václav Havel...
Texto destaca Juscelino Kubitschek e Václav Havel, líderes visionários ligados à liberdade e progresso. Apesar de origens diferentes, ambos defenderam democracia e enfrentaram desafios históricos.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Atualizado em 4 de dezembro de 2024 14:18
I - Preâmbulo
1 - "Uma vez ainda o meu professor tinha razão: rendi-me finalmente. Exatissimamente; pois que: ao voltar, eu envergonhado, a consultá-lo, após nove meses de traição, eu estava certo de, indo ao seu consultório, acabar capitulando" "(Pierre Daninos, No fim da picada, p.167, 1967)".
2 - Pois é, sabendo que JK, por parte de mãe, tinha ascendência tcheca, resolvi escrutinar a possível relação, "hipotética?", entre seu comportamento pessoal, seus sonhos para o desenvolvimento do Brasil e seu amor sem condições à liberdade, o que James Madison declarou profeticamente: "Ao esboçarmos um sistema que desejamos deve através das eras futuras, não podendo perder de vista as mudanças que essas produzirão" (Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza, Professor de Direito Constitucional da Faculdade "Milton Campos", em Constituição Americana Moderna em vista aos 200 anos". (R. Inf. Legis/ Brasileira, a.24,1987).
3 - Para isso, sinto-me obrigado a dar um olhar profundo na Tchecoslováquia dos anos que seguiram a sua independência do Pacto de Varsóvia , para o qual Havel foi seu personagem principal.
3.1 - Eu e parentes resolvemos visitar a Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa para conhecer a imagem do Menino Jesus de Praga e no seu altar tão cultuado (devoção que teve origem na Idade Média, cuja imagem tem Jesus com o mundo em suas mãos, ou que sustenta o mundo).
3.2 - Fomos no mês de outubro de 1968, quando fervilhavam movimentos sociais independentes alguns, outros financiados pelo Pacto de Varsóvia. E, naquele mês, a União Soviética comemorava o cinquentenário da Revolução, que mudou o rumo da Europa Oriental, com anexação pela Rússia, a partir da União Soviética e com submissão de diversos países.
II - E, ainda, Václav Havel...
4 - "Václav Havel: o Dramaturgo que defendeu a liberdade na Tchecoslováquia
Václav, nascido em 5 de outubro de 1936 em Praga, Tchecoslováquia, e falecido em 18 de dezembro de 2011, foi um dramaturgo, dissidente e político que se tornou um símbolo da resistência democrática contra o regime comunista na Europa Oriental. Com uma formação em teatro e literatura, Havel escreveu peças e ensaios que criticavam a opressão política e a falta de liberdade sob o comunismo. Ele se destacou como uma das principais vozes do movimento de resistência pacifica conhecido como Carta 77, um manifesto publicado em 1977 que denunciava violações de direitos humanos pelo governo tchecoslovaco. Havel foi preso diversas vezes por suas atividades de oposição, mas manteve-se firme em seus princípios de liberdade e justiça. Após a Revolução do Veludo, em 1989, Havel foi eleito presidente da Tchecoslováquia e, posteriormente, da República Tcheca, cargo que ocupou até 2003."
(Kene John. Václav Havel: A Política Tragedy in Six Acts. New York: Basic books 2000).
5 - Jam Rubis, (1929 - 2009) também lembrado.
Notável cantor de opera, de reputada formação, intelectual, foi lembrado para colocar a lume Havel, seu compatriota e amigo. Discursos por ele presenciados entre 1965 e 1992: (Edições L'aube 1995). Dos XXVI discursos de Havel, lembro e apelo ao interesse dos leitores mineiros: "Conferência sobre o Ódio, Oslo, 28/5/1990; sobre o Meio Ambiente 21/05/1991, na Unesco, sobre a Cultura e a Democracia 04/09/1991; aos Intelectuais Japoneses, Tokio, 23/4/1992 e alocução na Academia de Ciências Morais e Politicas, Paris, 27/10/1992.
Trazendo o momento crucial de sua história, de sua existência enquanto político, cidadão e chefe de Estado dos Eslovacos e Tchecos, renunciou ao cargo de Presidente das duas Entidades Politicas (que decidiram cindir-se até porque as suas origens não lhes fizeram coincidir o traçado dos seus destinos 17/7/1992). Das suas ofuscantes inserções cumpri-me lembrar, focar e avultar: (disse Havel) comparando minha impossibilidade de honrar com minhas obrigações, de acordo com mínima consciência, frente à República Federativa Tcheca... (pg,227);"
"Sempre quis, e assim o mesmo no meu futuro, ter ação positiva em prol de meus cidadãos. A função do presidente federal não me permite um trabalho criativo nem construtivo (p.238);"
"Depois de minha primeira eleição, em 29 de dezembro de 1989, esforcei-me, no limite de minhas possibilidades, e capacidades, para que os cidadãos tchecolosvaquios vivam com liberdade e dignidade, para que a integridade e segurança de novo Estado sejam protegidas" (p.238);"
"Bem, evidentemente, continuarei meu trabalho pela democracia e pela colaboração de todos pacifica de todos os cidadãos e de todos os povos (p.239)" e "Eu não me apresentarei mais como candidato à função de Presidente da República Federativa Tcheca e Eslovaca " (idem)
(Tradução destes textos pelo autor do artigo.)
Não muito distantes os falecimentos de JK e Hável, que permanecem na lembrança de todos os que amam a democracia autêntica...
De JK, o plano ambicioso de seu lema "50 anos em 5" e seu espirito progressista, visionário, habilidade diplomática, otimismo, modernidade e progresso, até como "JK: o presidente bossa nova" de Claudio Bojunga (Rio de Janeiro, 2005).
De Václav Havel, o que manifestou em todas as elocuções, atos (possíveis e de competência estatal) , e, levando aos píncaros "durante as décadas de 70 e 80, foi, repetidamente preso e esteve confinado por quatro anos (1979 - 1983), por suas atividades em favor dos direitos humanos na Tchecoslováquia . Depois de conseguir liberdade Havel permaneceu residindo no pais " (Enciclopédia Britânica ), contrariamente o que pensava milhares de seus concidadãos.
6 - Conclusão
Mais uma oportunidade eu tenho a honra de oferecer aos leitores mineiros e de outras partes do nosso amado país sobre dois personagens que tem a mesma origem e que viveram em momentos quase iguais em continentes diferentes. O que eles têm em comum já lhes foi explicado. Oxalá, ressoe no Brasil, os ventos da verdadeira liberdade, neste momento em crise, devido a própria fragilidade com que é administrado o país e com suas instituições fragmentadas por excesso de partidos políticos e ideologias em confronto.
Jayme Vita Roso
Advogado.