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A reconciliação da Nação brasileira em 2022

Podemos afirmar que um item fundamental é a luta contra a desigualdade social, que no Brasil ainda é o principal obstáculo para a construção de uma sociedade que busca ser mais democrática e mais produtiva, lógico, por fim mais justa.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Atualizado em 29 de agosto de 2022 14:22

Depois de quase meio século sob o regime do apartheid, a África do Sul precisou reaprender a viver sem criminalizar a cor da pele de seus cidadãos. Encerrados dezessete anos de uma ditadura militar bruta, o Chile necessitou de um espírito conciliador para pacificar o País. É sempre o mesmo processo pelo qual passaram nações que enfrentaram a tragédia da guerra civil.

No Brasil não estamos saindo de um regime racista, uma ditadura militar, ou uma guerra civil, porém, depois de processos de impeachment e da Operação Lava Jato, houve tamanha polarização na sociedade brasileira que agora, às vésperas das eleições de 2022, e da crise social, econômica e sanitária que a pandemia da COVID-19 provocou, será necessário promover uma reconciliação nacional, de modo que, o povo brasileiro possa voltar a conviver com os políticos sem rancores tribais.

Não há um modelo universal para superar divergências profundas por isso, cada sociedade descobre o próprio caminho. É certo, porém, que nenhum país se recomponha com a arrogância dos vencedores e a intolerância dos vencidos.

Tais sentimentos precisam ser substituídos por generosidade e humildade, a começar pela superação da ideia insultuosa de que eleitores de uma região votarão com sabedoria, enquanto os de outra, mal sabem o que fazem dentro da cabine de votação.

É tempo de promover uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva assim como a igualdade equitativa de oportunidades, trazendo a manutenção de desigualdades apenas para favorecer os mais desfavorecidos.

Na verdade, todos os indivíduos de uma sociedade têm direitos e deveres iguais sob todos os aspectos da vida social. Isso quer dizer que, todos os direitos básicos como a saúde, educação, justiça, trabalho e manifestação cultural, devem ser garantidos a todos. Entre todas as formas de vencer a polarização política, a melhor alternativa é a buscar uma visão comum do futuro, com a capacidade de ultrapassar todas as ideologias tendenciosas.

Talvez nunca tiremos as questões de partidarismos e ideologias de esquerda e de direita, porém, não devemos deixar de sonhar por um futuro melhor para uma sociedade mais amparada m, por políticas públicas, por justiça social e pelo amor de ser Brasileiro. Basta que agora que somemos forças em torno de questões consensuais, como estamos vendo no caso do combate universal a COVID-19.

Podemos afirmar que um item fundamental é a luta contra a desigualdade social, que no Brasil ainda é o principal obstáculo para a construção de uma sociedade que busca ser mais democrática e mais produtiva, lógico, por fim mais justa.

Que essa situação dolorosa de calamidade sanitária pela qual passamos possa por fim, marcar o início de um novo tempo para a democracia brasileira no próximo ano.

Patricia Mora Davila

Patricia Mora Davila

Advogada na cidade de Atibaia, sócia do Mora Advogados Associados nos segmentos cívil, trabalhista, penal, no âmbito civil nos segmentos família, propriedade e relação de negócios.

Walter Ciglioni

Walter Ciglioni

Graduado em jornalismo e Relações Públicas e Vice-Presidente da TV Aberta de São Paulo integrante na OABSP nas Comissões de CIDADANIA E FORMAÇÃO POLÍTICA, GOVERNANÇA E INTEGRIDADE e INFRAESTRUTURA, LOGÍSTICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, Pós Graduando em Gestão Pública pela Uni Drummond e em 2014 Candidato a Governador do Estado de São Paulo.

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