Migalhas Quentes

23 propostas serão avaliadas na Câmara para acelerar Justiça

Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário

11/1/2005

 

Reforma processual

 

23 propostas serão avaliadas na Câmara para acelerar Justiça

 

Para agilizar a Justiça brasileira, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário fizeram um pacto. Este esforço, chamado de Pacto de Estado por um Judiciário Mais Rápido e Republicano, que foi acertado em dezembro, pretende aprovar uma "reforma processual" para simplificar o sistema de recursos e acelerar a tramitação dos processos na Justiça.

 

Para isso, o presidente da República encaminhou ao Congresso 13 novos projetos, que se juntam a outros 10 que já tramitam na Câmara e no Senado e alteram os códigos de Processo Civil, Penal e a legislação trabalhista. "São 23 medidas importantes para simplificar as regras do jogo", resume o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

 

Os projetos abrangem pagamento de precatórios, defensoria pública, Justiça itinerante, Direitos Humanos e execução fiscal. Só nessa última modalidade, as ações movidas pelo Governo contra sonegadores e inadimplentes somam quase R$ 500 bilhões. O pacote também inclui mudanças na realização de inventários e divórcios e no julgamento de questões trabalhistas.

 

Ainda neste semestre

 

Um estudo elaborado pelo MJ mostra que, em 2003, mais de 17 milhões de processos deram entrada no sistema Judiciário em todo o Brasil. É como se cada grupo de dez habitantes entrasse com um processo na Justiça. O estado de São Paulo é o que tem a maior quantidade de processos, sendo um para cada 6,62 habitantes.

 

O texto do Pacto do Judiciário explica que a demora dos processos judiciais e a baixa eficácia de suas decisões retardam o desenvolvimento nacional, além de gerar impunidade e descrença no regime democrático.

 

Por isso, o Governo tem pressa em aprovar a reforma processual. "É possível votar o Pacto no primeiro semestre", estima o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, lembrando que já há uma comissão discutindo o assunto no Congresso Nacional.

 

Nelson Jobim, presidente do STF, concorda. Ele acredita que as propostas terão uma tramitação rápida no Congresso, porque alteram a legislação ordinária comum. "Não é uma reforma constitucional", compara, referindo-se à Reforma do Judiciário, sancionada no mês passado, que tramitou por 12 anos no Congresso.

 

Caso se concretize a previsão de se votarem as propostas neste primeiro semestre, o ministro Nelson Jobim acredita que, a partir do final do ano, a população brasileira já verá resultados efetivos no funcionamento da Justiça.

 

Leia mais:

 

-Poderes querem ampliar acesso da população à Justiça

-Propostas reduzem possibilidades de recursos

-Acordo entre poderes pode acelerar Justiça Trabalhista

-Pacto quer alterar processo penal brasileiro

-Pacto do Judiciário facilita divórcio e inventário

-Confira a lista das propostas que fazem parte do Pacto

 

Fonte: site Câmara dos Deputados, 10/1/2005.

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