Histórico
Primórdios da Justiça no Brasil
Na primeira fase do Brasil-Colônia, correspondente ao sistema das capitanias hereditárias, que, entre os anos de 1534 e 1548, se caracterizou pela descentralização político-administrativa do território, a função judiciária competia ao capitão donatário, reunindo este as atribuições de administrador, juiz e chefe militar.
As amplas atribuições do ouvidor-geral foram fixadas em regimento firmado pelo rei, expedido em 17 de dezembro de 1548. Pero Borges, nomeado para o cargo, iniciou no ano seguinte a sua primeira viagem de correição pelo litoral brasileiro.
Mais tarde, visando a limitação dos poderes do ouvidor-geral e uma administração mais eficaz da justiça, tornou-se necessária a criação de um órgão julgador de segunda instância, nos moldes das Relações – tribunais previstos nas Ordenações do Reino. Assim foi instituída a Relação do Estado do Brasil, com sede em Salvador, na Bahia, e regimento datado de 25 de setembro de 1587. A sua instalação, entretanto, só se efetivou em 1609, depois da expedição de novo regimento, semelhante ao anterior, em 7 de março do referido ano.
Por motivos políticos e econômicos, esse tribunal foi suprimido pelo Alvará de 5 de abril de 1626, só voltando a funcionar após o transcurso de mais de um quarto de século, por determinação da Carta Régia de 12 de setembro de 1652.
Relação do Rio de Janeiro (1751 – 1808)
A criação de um segundo tribunal recursal no Brasil veio suprir uma lacuna na administração judiciária do sul da colônia, onde o aumento da demanda judicial e transformações de caráter socioeconômico, provocadas pela descoberta de minas de ouro e diamante nas regiões das Minas Gerais, reclamavam uma presença mais atuante da Justiça. Nesse sentido, a Carta Régia de 3 de dezembro de 1734 fez a previsão de se criar uma Relação no Rio de Janeiro. Contudo, somente em 1751 foi criado
Instalada no prédio que até então abrigava a cadeia e o Senado da Câmara, no local onde hoje se encontra o Palácio Tiradentes, a Relação do Rio de Janeiro iniciou seus trabalhos em 15 de julho de 1752. Composta de dez desembargadores, era presidida pelo governador da capitania do Rio de Janeiro. O seu primeiro presidente foi Gomes Freire de Andrada, posteriormente agraciado com o título de conde de Bobadela. Mais tarde, com a transferência da sede do vice-reinado para o Rio de Janeiro, em 1763, essa atribuição passou a ser do vicerei.
Com a criação da Relação do Rio de Janeiro, que tinha por distrito jurisdicional todo o território ao sul da Bahia, compreendendo 13 comarcas – Rio de Janeiro, São Paulo, Ouro Preto, Rio das Mortes, Sabará, Rio das Velhas, Serro do Frio, Cuiabá, Goiás, Itacazes (Campos dos Goytacazes), Ilha de Santa Catarina, Paranaguá e Espírito Santo –, a Justiça no Brasil passou a ter dois órgãos coletivos de segunda instância – as Relações da Bahia e do Rio de Janeiro.
Prédio que abrigava a cadeia e o Senado da Câmara, primeira sede da Relação do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrada, primeiro Presidente da Relação do Rio de Janeiro (1752 – 1762)
Casa da Suplicação do Brasil (1808 – 1833)
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, ocasionou profundas transformações na organização judiciária da colônia. Em 10 de maio daquele ano, alvará do príncipe regente D. João elevou a Relação do Rio de Janeiro à condição de Casa da Suplicação do Brasil, como tribunal de última instância, tendo a mesma alçada da Casa da Suplicação de Lisboa, o que representou o início de uma justiça nacional.
O seu regimento era o mesmo da sua congênere portuguesa, sendo mantido o da Relação do Rio de Janeiro, naquilo que não houvesse sido revogado pelo citado alvará e não fosse incompatível com o novo ordenamento jurídico.
Instalada em 30 de julho de 1808, em prédio da Rua do Lavradio, adquirido pela Fazenda Nacional para abrigar a Relação do Rio de Janeiro, a Casa da Suplicação do Brasil era presidida pelo regedor da Justiça. O primeiro titular desse cargo foi o ministro Francisco de Assis Mascarenhas, conde de Palma e depois marquês de São João da Palma, muito embora, até a sua posse, em 1821, o chanceler José de Oliveira Pinto Botelho e Mosqueira tenha exercido as funções de regedor, conforme estabelecia o Livro I, Título I, item 48, das Ordenações do Reino.
No período imperial, com a criação do Supremo Tribunal de Justiça, em 1828, a Casa da Suplicação do Brasil foi extinta de direito, extinguindo-se de fato em 1833, quando se restaurou a Relação do Rio de Janeiro, que retornou à sua condição de tribunal local.
Relação da Corte (1833 – 1890)
Ocupando a antiga sede da Casa da Suplicação do Brasil, na Rua do Lavradio, a Relação da Corte teve como primeiro presidente o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho, nomeado em 1833. A partir do Decreto n° 2.342, de 6 de agosto de 1873, que elevou para 11 o número de relações no Império, o seu distrito jurisdicional passou a abranger apenas o Município Neutro, correspondente à cidade do Rio de Janeiro, e as Províncias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Proclamada a República, foram separadas a justiça do Estado do Rio de Janeiro, antiga província fluminense, e a do Distrito Federal – nome que passara a ter o Município Neutro –, vindo esta a ser organizada pelo Decreto n° 1.030, de 14 de novembro de 1890.
Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara (1960 – 1975)
O Estado da Guanabara foi criado pela lei 3.752, de 14 de abril de 1960, em cumprimento ao artigo 4º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias de 1946. Assim, o dia 21 de abril de 1960 marca não apenas a mudança da Capital da República para Brasília, mas também o surgimento de uma nova unidade federativa, constituída pelo território do antigo Distrito Federal.
A justiça do Distrito Federal era regida por leis federais, muitas das quais, inclusive o próprio Código de Organização Judiciária, continuaram a vigorar no novo estado, onde surgiu um Poder Judiciário composto e magistrados oriundos do antigo Distrito Federal.
Presidiu inicialmente o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara o desembargador Homero Brasiliense Soares de Pinho, que iniciara mandato na presidência do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal para completá-lo em dezembro de 1960. O primeiro presidente eleito, para o biênio 1961-1962, foi o desembargador Oscar Accioly Tenório.
Instalado no palácio da Rua Dom Manuel, o Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara permaneceu no histórico prédio até 8 de dezembro de 1974, deta em que ocorreu a inauguração do novo Palácio da Justiça, na Avenida Erasmo Braga, na administração do desembargador Nelson Ribeiro Alves.
No ano seguinte, em decorrênciada fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro para formar nova unidade federativa, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio De Janeiro, pelo Decreto-Lei no 3, expedido em 15 de março de 1975.
Do Tribunal da Relação ao Tribunal de Justiça do antigo Estado do Rio de Janeiro (1891-1975)
O decreto 272, de 29 de junho de 1891, organizou o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, sendo a mais elevada instância exercida pelo Tribunal da Relação, com sede em Niterói e jurisdição em todo o território do estado. Instalado em 15 de julho de 1891, em Niterói, o novo órgão julgador teve como primeiro Presidente o desembargador João Gonçalves Gomes e Sousa.
Em 31 de janeiro de 1920, o Tribunal da Relação, que até então tivera diversas sedes, sendo a última o prédio da Rua 15 de Novembro , 56 – posteriormente demolido - ,instalou-se no recém-construído Palácio da Justiça, na atual Praça da República, em Niterói, em sessão presidida pelo desembargador Arthur Annes Jácome Pires.
A Constituição da República de 1934 deu nova denominação aos tribunais estaduais, que passaram ter o nome de Corte de Apelação, posteriormente alterado oara Tribunal de Apelação pela Carta de 1937, e para Tribunal de Justiça pela Constituição de 1946.
Em 1975, em consequência da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara para formar nova unidade federativa, o Tribunal de Justiça do antigo Estado do Rio de Janeiro foi extinto, juntamente com o do Estado da Guanabara, pelo Decreto-Lei no 3, de 15 de março do referido ano.
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Em cumprimento ao artigo 8º da LC 20, de 1º de julho de 1974, os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro passaram a constituir, a partir de 15 de março de 1975, uma única unidade federativa, com a denominação de Estado do Rio de Janeiro.
Realizada a fusão, o Decreto-Lei 3, de 15 de março de 1975, extinguiu os Tribunais de Justiça das antigas unidades da Federação e criou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, "com jurisdição em todo território estadual e sede na cidade do Rio de Janeiro".
Em 17 de março do mesmo ano, instalou-se o novo tribunal no Palácio da Justiça, em sessão presidida pelo desembargador Newton Quintella. Nessa ocasião, foi eleito o seu primeiro presidente, o desembargador Luís Antônio de Andrade. Para os cargos de vice-presidente e corregedor-geral elegeram-se, respectivamente, os desembargadores Salvador Pinto Filho e Luiz Henrique Steele Filho.
O Tribunal de Justiça, constituído de oito câmaras cíveis e três criminais, compunha-se inicialmente de 36 desembargadores, oriundos dos tribunais extintos, sendo 24 do Estado da Guanabara e 12 do antigo Estado do Rio de Janeiro. Tinha como órgãos julgadores o Tribunal Pleno, as câmaras reunidas, os grupos de câmaras cíveis, as câmaras isoladas e o Conselho da Magistratura.
Atualmente, tem o Tribunal de Justiça, como órgãos julgadores, as câmaras isoladas, a Seção Criminal, o Conselho da Magistratura, o órgão Especial (art. 93,XI, da Constituição da República) e, Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.
Composição
O TJ/RJ possui 15.176 funcionários, 693 juízes de Direito e 178 desembargadores.
Mesa Diretora :
Presidente : Luiz Zveiter
Vice-presidente : Antonio Eduardo Ferreira Duarte
Corregedor Geral : Roberto Wider
Membros :Marcus Antonio de Souza Faver
Sergio Cavalieri Filho
Jose Carlos Schmidt Murta Ribeiro
Paulo Roberto Leite Ventura
Galdino Siqueira Netto
Valeria Garcia da Silva Maron
Antonio Jose Azevedo Pinto
Raul Celso Lins E Silva
Marcus Tullius Alves
Maria Henriqueta do Amaral Fonseca Lobo
Claudio de Mello Tavares
Alberto Motta Moraes
Nascimento Antonio Povoas Vaz
Manoel Alberto Rebelo dos Santos
Jorge Luiz Habib
Sergio de Souza Verani
Nametala Machado Jorge
Jose Mota Filho
Nilza Bitar
Leila Maria Carrilo Cavalcante Ribeiro Mariano
Caetano Ernesto da Fonseca Costa
Adilson Vieira Macabu
Jair Pontes de Almeida
Alexandre Herculano Pessoa Varella
Miguel Angelo Barros
Maria Ines da Penha Gaspar
Valmir de Oliveira Silva
Antonio Ricardo Binato de Castro
Luiz Leite Araujo
Carlos Coelho Lavigne de Lemos
Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo
Gilberto Pereira Rego
Edson Queiroz Scisinio Dias
Sergio Lucio de Oliveira E Cruz
Jose Carlos de Figueiredo
Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho
Maria Raimunda Teixeira de Azevedo
Luiz Felipe da Silva Haddad
Sidney Hartung Buarque
Reinaldo Pinto Alberto Filho
Leticia de Faria Sardas
Elizabeth Gomes Gregory
Milton Fernandes de Souza
Otavio Rodrigues
Ademir Paulo Pimentel
Mario Robert Mannheimer
Nildson Araujo da Cruz
Angelo Moreira Glioche
Mario dos Santos Paulo
Nagib Slaibi Filho
Adriano Celso Guimaraes
Valmir dos Santos Ribeiro
Celia Maria Vidal Meliga Pessoa
Bernardo Moreira Garcez Neto
Joao Carlos Braga Guimaraes
Roberto de Abreu E Silva
Elisabete Filizzola Assuncao
Ricardo Silva de Bustamante
Odete Knaack de Souza
Jesse Torres Pereira Junior
Mauricio Caldas Lopes
Jose Carlos Varanda dos Santos
Francisco de Assis Pessanha
Ronaldo Jose Oliveira Rocha Passos
Celso Ferreira Filho
Ferdinaldo do Nascimento
Gizelda Leitao Teixeira
Francisco Jose de Asevedo
Maria Helena Salcedo Magalhaes
Jose Geraldo Antonio
Maurilio Passos da Silva Braga
Mario Guimaraes Neto
Suely Lopes Magalhaes
Nanci Mahfuz
Edson Aguiar de Vasconcelos
Antonio Cesar Rocha Antunes de Siqueira
Carlos Eduardo da Rosa da Fonseca Passos
Henrique Carlos de Andrade Figueira
Marilene Melo Alves
Marco Aurelio dos Santos Froes
Ernani Klausner
Ricardo Rodrigues Cardozo
Antonio Saldanha Palheiro
Fatima Maria Clemente
Luisa Cristina Bottrel Souza
Orlando de Almeida Secco
Jose Carlos Maldonado de Carvalho
Gilberto Dutra Moreira
Mauro Dickstein
Rosita Maria de Oliveira Netto
Marco Aurelio Bellizze Oliveira
Moacir Pessoa de Araujo
Marco Antonio Ibrahim
Antonio Jose Ferreira Carvalho
Leila Maria Rodrigues Pinto de Carvalho e Albuquerque
Helda Lima Meireles
Roberto Guimaraes
Siro Darlan de Oliveira
Antonio Carlos Nascimento Amado
Marcus Quaresma Ferraz
Conceicao Aparecida Mousnier Teixeira de Guimaraes Pena
Luiz Felipe Miranda de Medeiros Francisco
Jose Carlos Paes
Marcus Henrique Pinto Basilio
Fernando Foch de Lemos Arigony da Silva
Roberto Luis Felinto de Oliveira
Celio Geraldo de Magalhaes Ribeiro
Ana Maria Pereira de Oliveira
Vera Maria Soares Van Hombeeck
Paulo Mauricio Pereira
Katia Maria Amaral Jangutta
Gilmar Augusto Teixeira
Benedicto Ultra Abicair
Ismenio Pereira de Castro
Lindolpho Morais Marinho
Denise Levy Tredler
Mario Assis Goncalves
Helena Candida Lisboa Gaede
Carlos Santos de Oliveira
Carlos Jose Martins Gomes
Cristina Tereza Gaulia
Camilo Ribeiro Ruliere
Jose Augusto de Araujo Neto
Fernando Fernandy Fernandes
Geraldo Luiz Mascarenhas Prado
Cairo Italo Franca David
Eunice Ferreira Caldas
Cherubin Helcias Schwartz Junior
Antonio Jayme Boente
Antonio Carlos Esteves Torres
Suimei Meira Cavalieri
Marilia de Castro Neves Vieira
Monica Maria Costa di Piero
Agostinho Teixeira de Almeida Filho
Marcos Alcino de Azevedo Torres
Rogerio de Oliveira Souza
Paulo de Tarso Neves
Andre Gustavo Correa de Andrade
Zelia Maria Machado dos Santos
Paulo Sergio Prestes dos Santos
Leony Maria Grivet Pinho
Carlos Eduardo Moreira da Silva
Sirley Abreu Biondi
Gabriel de Oliveira Zefiro
Luiz Noronha Dantas
Norma Suely Fonseca Quintes
Roberto de Almeida Ribeiro
Cleber Ghelfenstein
Lucia Maria Miguel da Silva Lima
Denise Bruyere Rolins Lourenco dos Santos
Ronaldo Alvaro Lopes Martins
Sergio Jeronimo Abreu da Silveira
Custodio de Barros Tostes
Guaraci de Campos Vianna
Ricardo Couto de Castro
Elton Martinez Carvalho Leme
Jose Muinos Pineiro Filho
Leandro Ribeiro da Silva
Horacio dos Santos Ribeiro Neto
Marcia Perrini Bodart
Celso Luiz de Matos Peres
Pedro Freire Raguenet
Heleno Ribeiro Pereira Nunes
Marco Aurelio Bezerra de Melo
Monica Tolledo de Oliveira
Renata Machado Cotta
Teresa de Andrade Castro Neves
Pedro Saraiva de Andrade Lemos
Wagner Cinelli de Paula Freitas
Fabio Dutra
Rosa Helena Penna Macedo Guita
Alexandre Antonio Franco Freitas Camara
Marcos Bento de Souza
1o presidente
O desembargador Luiz Antônio de Andrade foi o primeiro presidente do TJ/RJ. Foi eleito em 17 de março de 1975.
Atual presidente
TJ/RJ
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Plenário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
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Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / 20020-903 - Rio de Janeiro/RJ - (21) 3133-2000
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• Mapa dos Tribunais – Rio de Janeiro*
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* Dados fornecidos pelo TJ/RJ em agosto de 2009. Os resultados (relação processos/juízes, relação processos/des., orçamento/processos) são estimados.
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