Soldado aposentado
Aposentadoria de militar por alcoolismo deve ser proporcional
O Estado apelante pediu a concessão do recurso em Segundo Grau, com o argumento que o apelado não teria direito aos proventos como terceiro sargento, "uma vez que foi considerado inválido em decorrência do alcoolismo, enfermidade que não possui qualquer relação de causa e efeito com o serviço". O parecer do Ministério Público Estadual foi pelo deferimento da apelação. De acordo com o relator, desembargador Donato Fortunato Ojeda, a remessa do soldado para a inatividade ocorreu nos termos da Lei Complementar nº 26/1993, e foi decretada em decorrência da dependência etílica que culminou em repercussões orgânico-cerebrais, diagnosticadas em tomografias computadorizadas, com evolução crônica, progressiva e irreversível para a demência. Assim, de acordo com o magistrado, a doença acometida pelo policial não seria contemplada pela referida lei.
O desembargador explicou que a aposentadoria com proventos da patente imediatamente superior somente é cabível nos caso em que houver incapacidade definitiva em consequência de ferimento recebido na manutenção da ordem pública ou com enfermidade contraída nessa situação. Outras formas para o benefício são acidente em serviço; doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação de causa e efeito e condições inerentes ao serviço; tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, AIDS, e outras moléstias conforme disciplina a LC 26/1993.
Nesse sentido, para o magistrado, o policial aposentado não teve benefício a aposentadoria porque a enfermidade adquirida não teve qualquer relação com o serviço. Também participaram da votação os desembargadores Maria Helena Gargaglione Póvoas - revisora - e Antônio Bitar Filho - vogal.
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Apelação/Reexame Necessário nº 102050/2008.
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