Falecimento
Após a morte cerebral de Clodovil, uma equipe médica estava analisando a possibilidade de doação do coração, fígado, córneas e rins do deputado. No entanto, com a parada cardíaca, a doação de órgãos ficou impossibilitada, com exceção das córneas, que podem ser aproveitadas mesmo depois que o coração para de funcionar. O procedimento havia sido autorizado por assessores, já que o deputado não tinha contato com nenhum familiar, e pela Promotoria de Justiça do Distrito Federal.
Embora inicialmente tenha sido cogitada a realização de um velório no Salão Negro do Congresso na noite desta terça-feira, ficou decidido, após uma reunião do líder do PR, deputado Sandro Mabel/GO, com a assessoria do deputado, que o corpo será velado apenas em São Paulo. Um avião da Aeronáutica solicitado pela Câmara segue para a capital paulista às 8 horas desta quarta com o corpo. O enterro deverá ocorrer no final da tarde, no cemitério do Morumbi.
AVC
O parlamentar foi encontrado caído às 7h. de segunda-feira em sua casa, em Brasília, e socorrido por uma equipe do Departamento Médico da Câmara. No hospital, os médicos fizeram drenagem de sangue de seu cérebro por meio de um cateter.
O estado de saúde do deputado havia se agravado, no mesmo dia, em razão de uma parada cardiorrespiratória de cinco minutos. Ele estava em coma profundo, de nível três, o mais grave. Clodovil já havia sofrido um AVC em 2007.
Quem assume seu lugar na Câmara é Jairo Paes Lira, do PTC de São Paulo.
Nota de pesar
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, decretou luto oficial nesta quarta-feira, 18/3, em razão da morte do deputado Clodovil Hernandes. Com o luto, não haverá sessões no Plenário.
Empossado em 2006, Clodovil Hernandes demonstrou compromisso com o estado de SP e com o País no período em que exerceu o mandato.
Temer destacou as relações cordiais de Clodovil com os demais parlamentares. "O deputado Clodovil marcou seu mandato com atuação forte e com muita personalidade. Sofremos uma grande perda", declarou o presidente.
Projeto de lei
Em homenagem ao deputado Clodovil Hernandez, a CCJ do Senado aprovou hoje um projeto de lei da sua autoria que permite aos enteados adotarem os sobrenomes do pai e da mãe adotivos. O projeto não retira o nome da família biológica, mas permite que o filho adotivo também tenha direito a utilizar o nome da nova família.
Na sessão da CCJ, os parlamentares fizeram uma série de homenagens ao deputado-estilista. O presidente da comissão, senador Demóstenes Torres, disse que o projeto de Clodovil aproxima o Brasil da legislação internacional e valoriza os vínculos afetivos entre as pessoas - aspecto que tem sido bastante valorizado nas recentes decisões judiciais.
A senadora Serys Slhessarenko, que concedeu parecer favorável ao projeto, disse que o texto reflete a própria vida de Clodovil - que foi filho adotado por um casal de espanhóis. O deputado nunca escondeu o amor pela mãe adotiva.
O projeto segue para votação em regime de urgência no plenário do Senado para, posteriormente, ser encaminhado à sanção presidencial. O texto já foi aprovado pela Câmara.
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