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Tremor de 5,2 graus atingiu SP, RJ, PR e SC na noite de ontem

23/4/2008


Abalo sísmico

Tremor de 5,2 graus atingiu SP, RJ, PR e SC na noite de ontem

Um terremoto de 5.2 graus na Escala Richter foi registrado às 21h desta terça-feira no Oceano Atlântico, a 215 quilômetros da cidade de São Vicente, na Baixada Santista. O tremor foi sentido em várias cidades litorâneas, como Guarujá, Santos, Peruíbe, Praia Grande e Bertioga. No total, 32 municípios paulistas foram afetados pelo abalo, além dos Estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

A informação sobre a magnitude do tremor consta do United States Geological Serveys - USGS, um instituto sismológico que monitora terremotos em todo o planeta por meio de uma rede de informações. O epicentro do terremoto foi localizado a 10 quilômetros de profundidade. Pelo Google Earth, é possível observar a região do encontro das placas tectônicas sul-americana e sul-africana, no litoral paulista.

"Este é o maior sismo que aconteceu no Estado de São Paulo nos últimos 100 anos. O último que seria mais ou menos compatível a este aconteceu <_st13a_personname w:st="on" productid="em Mogi Guaçu">em Mogi Guaçu em 1922, com 5,1 na escala Richter", explicou o professor de sismologia da USP, Jesus Berrocal.

Capital

Na capital, o abalo foi sentido em quase todas as regiões. Os bombeiros e a Polícia Militar receberam chamados relatando o incidente. Segundo os bombeiros, foram 400 chamadas. Não houve pedidos de socorro, mas só comunicados. Relataram ter sentido o tremor moradores das zonas norte, leste, oeste e centro da cidade, inclusive nas proximidades da Paulista.

O Hospital Estadual da Vila Alpina, na zona leste, sofreu rachaduras nas paredes e azulejos quebraram. Nesta quarta, técnicos farão vistoria no local.

Em Mogi das Cruzes, a 58 quilômetros da capital, um prédio teve rachaduras.

"Eu comecei a sentir meu corpo tremer. Pensei que estava passando mal, tendo algum ataque. Levantei meio cambaleando e vi que o chaveiro estava tremendo", disse um morador de Mogi das Cruzes.

Em Santos, Guarujá e Praia Grande, cidades vizinhas a São Vicente, muitos moradores de prédios chegaram a abandonar suas casas e ir para a rua.

O telefone do Corpo de Bombeiros chegou a ficar congestionado com as dezenas de ligações. Os relatos davam conta de quadros caindo de paredes, sensação de onda passando embaixo da terra, monitores de TVs balançando, ventiladores de teto se movendo e copos tilintando.

Perto do Orquidário Municipal, na Praia José Menino, Maria de Lurdes Martins Dagostino estava tomando banho quando percebeu que tudo estava tremendo.

Normalmente, quem sente tremores <_st13a_personname w:st="on" productid="em São Paulo">em São Paulo mora em andares mais altos de prédios. Desta vez, até quem mora em casas térreas perceberam.

"Tive a sensação de que o tapete estava sendo puxado", disse Marcelo dos Santos, morador de Itanhaém.

Marlete de Souza, também moradora de Itanhaém, contou que o tremor foi tão forte que a tampa do fogão, que estava aberta, caiu.

"Foi simplesmente horrivel, tudo tremeu, o computador, a casa, foi uma pânico total, cheguei a passar mal, pensando em tontura, mas logo senti que não era. Foi exatamente às 21h01m, parecia um trator derrubando tudo, um barulho abafado nos ouvidos, como se estivesse derrubando tudo. Esse tremor foi sentido em toda a vizinhança, pois moramos em frente a praia, que fica no bairro de São Francisco", conta Maria Tavolaro, moradora de São Sebastião, litoral norte do estado.

Computador tremeu

Na capital, moradores da Avenida Brás Leme, na zona norte, relataram que o tremor foi sentido por poucos segundos. De acordo com Hermann Wecke, que mora na Brás Leme, o monitor do computador tremeu. Funcionários da Polícia Civil que ficam na Rua Brigadeiro Tobias também relataram ter sentido tremores. O chão também tremou em várias cidades da Grande São Paulo.

No Rio de Janeiro, a Defesa Civil recebeu chamados dos bairros de Jacarepaguá, Vila da Penha e Del Castilho. O tremor também foi sentido em Niterói.

O Brasil está no centro da placa tectônica sul americana, cujas bordas, na região do Chile, estão em constante atrito com a placa de Nazca. A energia decorrente dos choques se mantém no interior da terra e pode causar falhas geológicas em alguns pontos, como ocorre em Itacarambi, <_st13a_personname w:st="on" productid="em Minas Gerais.">em Minas Gerais.

O coordenador do Laboratório de Sismologia do Rio Grande do Norte, professor Joaquim Ferreira, disse que um tremor com essa magnitude pode ter sido sentido em um raio de mais de 500 quilômetros do epicentro . Para ele, o tremor pode ter sido notado também em Curitiba e Florianópolis. Se fosse na terra e não no litoral, o abalo poderia ter causado rachaduras e até colapsos de casas. Na capital paulista, o tremor foi sentido, provavelmente, nos prédios.

"Não há como prever tremores. Normalmente, após um tremor acontecem outros, chamados réplicas, que não são sentidas, e somente registradas por equipamentos sismográficos", disse Ferreira.

Um tremor de 5.2 na Escala Richter não é comum <_st13a_personname w:st="on" productid="em São Paulo. Normalmente">em São Paulo. Normalmente, <_st13a_personname w:st="on" productid="em São Paulo">em São Paulo, o que se vê são reflexos de terremotos que acontecem no Chile e na Argentina. De acordo com a Escala Richter, um tremor dessa magnitude é sentido, mas não libera energia para causa grandes danos, como desabamento de prédios ou casas.

Em novembro do ano passado, um tremor de 7,7 graus na escala Richter, ocorrido no Chile, foi sentido em vários bairros de São Paulo . De acordo com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - IAG/USP, ocorreram tremores na região da avenida Paulista, no largo São Bento, no Brás, no Alto da Lapa e no Ibirapuera. Moradores afirmaram ter sentido tontura. O tremor foi registrado por uma estação instalada no pico da Caledônia, no Rio.

Um ano antes, um terremoto ocorrido na Argentina, em Santiago del Estero, foi sentido em pelo menos quatro estados brasileiros: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Em dezembro passado, um terremoto no norte de Minas Gerais, de 4,9 pontos da escala Richter, foi o primeiro a causar morte no Brasil. O abalo teria sido provocado por uma falha geológica na região de Itacarambi, derrubando casas. Uma pessoa morreu.

O maior terremoto da história do país foi registrado em 1955, também no Mato Grosso, em Porto dos Gaúchos, e atingiu 6,6 graus na escala Richter.

Conheça a escala Richter

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