Ministério da Defesa
Proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa
Jobim também teve um encontro, seguido de almoço, com o Vice-Presidente Ramon Carrizalez, com o ministro de Defesa venezuelano, General-em-Chefe Gustavo Reyes Rangel Brinceño, e com secretários de governo.
Segundo Jobim, o presidente Chávez deu boa acolhida à proposta de criação do Conselho. A idéia, segundo o ministro, é iniciar a aprovação do Conselho Sul-Americano de Defesa no âmbito da reunião de cúpula da União das Nações Sul-Americanas - Unasul, prevista para 23/5. Antes conhecida como Comunidade Sul-Americana de Nações - CSN, a Unasul tem como objetivo se tornar uma zona de livre comércio continental que unirá as duas organizações de livre comércio, Mercosul e Comunidade Andina de Nações, nos moldes da União Européia.
Conforme afirmou o ministro Nelson Jobim, a partir da aprovação dos presidentes sul-americanos, durante a reunião da Unasul, "em apenas quatro meses haverá a formatação do Conselho".
O ministro descartou, durante a permanência na Venezuela, que o Brasil tenha um desenho definido do novo organismo. Acrescentou que esse desenho se dará a partir do diálogo entre os países da região.
Para incentivar esse diálogo, o ministro da Defesa brasileiro informou que um grupo de trabalho será criado para estudar a criação do novo organismo. Cada país terá dois representantes nesse grupo, um da área diplomática e outro da área da defesa.
O ministro informou que o presidente venezuelano considerou, durante o encontro, que a criação do Conselho fortalecerá as nações da América do Sul. "A força da América do Sul nasce da união de seus povos", assinalou.
Jobim não considera apropriado criar um Conselho que seja uma espécie de Otan - Organização do Tratado do Atlântico Norte do Sul, sugestão que vem sendo defendida por alguns políticos da região. "Trata-se de uma questão meramente de linguagem, não implica concretude", disse.
O consenso, no momento, de acordo com o ministro da Defesa, é "buscar a integração entre os países sul-americanos, sem que isso envolva áreas operacionais". Para ele, não existe no continente nenhuma corrida armamentista. "O que há é investimento na área de defesa", completou.
Com a viagem à Venezuela, o ministro Nelson Jobim deu prosseguimento a uma série de encontros com governos sul-americanos visando à criação do Conselho de Defesa. Já houve, informalmente, encontros com os governos da Argentina e do Chile. Estão previstos, este ano, encontros de Jobim com autoridades da Guiana, Suriname, Colômbia, Peru, Equador, Uruguai, Paraguai, Bolívia e, novamente, Argentina e Chile.
___________________________