Lula pode reajustar gasolina
A Petrobras divulgou o lucro do trimestre na semana passada e o resultado foi 28,3% menor. Este déficit foi atribuído em parte à defasagem dos preços. Segundo a empresa, ela manteve os preços dos combustíveis inalterados durante os primeiros quatro meses do ano absorvendo as variações do petróleo no exterior. Mas, com a escalada do barril nos últimos dias, a situação ficou mais complicada.
Para o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, “a Petrobras é uma empresa aberta e não pode ter prejuízo. Se continuar a segurar os preços precisará fazer um ajuste maior mais na frente.”
Além disso, a empresa tem contribuído para os superávits nas contas públicas. Segurar os preços dos combustíveis, no médio prazo, pode resultar em prejuízos também para o governo.
O cuidado do Planalto explica-se pelo impacto que o aumento dos combustíveis terá nos índices de inflação. O BC já previa um reajuste até o fim do ano para a gasolina e derivados, mas a turbulência internacional deve antecipar a decisão do governo sobre o assunto.
Um dos argumentos que vem adiando o reajuste é o fato de o Brasil ser hoje quase auto-suficiente na produção de petróleo. Mas os analistas lembram que a empresa trabalha com um mix: exporta gasolina e importa nafta e diesel, e não pode se descolar dos preços internacionais sem que acabe sem prejuízos.
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