OAB/SP
Comissão de Resgate da Memória aponta primeira advogada inscrita
Filha de João Xavier da Silveira e Izabel do Amaral Silveira, a primeira advogada de São Paulo nasceu no dia 9 de setembro de 1900, na cidade de Piracicaba. Inscreveu-se na Faculdade de Direito de São Paulo, mais tarde incorporada pela USP, em 29 de janeiro de 1921 e colou grau em 23 de dezembro de 1925. "Fazer parte da história da advocacia paulista é um privilégio. Imagine para uma mulher 75 anos atrás que precisou transpor uma série de barreiras que eram fato comum e corrente para a época ?", destaca o presidente da OAB/SP – Luiz Flávio Borges D'Urso, criador e incentivador da Comissão de Resgate da Memória. D'Urso lembra que hoje mais de 50% dos inscritos na Ordem paulista são mulheres.
Para o presidente da Comissão de Resgate da Memória da OAB/SP, Fábio Trombetti, muitos projetos se apresentam necessários para resgatar e difundir a memória da OAB paulista. "São 75 anos de páginas históricas, que precisam estar ao alcance do jovem advogado e dos estudantes de Direito, para que essa história possa ser eternizar na classe que, no Estado de são Paulo, reúne 260 mil profissionais, servindo de inspiração a todos que abracem a profissão e os ideais de justiça e de liberdade", avalia Trombetti.
Conforme pesquisa realizada pela conselheira seccional da OAB/SP, Ivette Senise Ferreira, primeira mulher a ocupar o cargo de diretora da Faculdade de Direito da USP, a advogada Maria Immaculada Xavier da Silveira, cursou os estudos primários e secundários em escolas de Piracicaba. Depois de formada pela Faculdade de Direito de São Paulo, ocupou a tribuna do júri no Rio de Janeiro, onde organizou, inclusive, uma Semana da Advogada. Além de conferencista, era fluente nas línguas francesa, inglesa e alemã.
D'Urso ressaltou ainda o trabalho que está sendo realizado pela Comissão de Resgate da Memória, desde a sua primeira gestão (2004-2006), sob a presidência do conselheiro Fábio Trombetti. "Trata-se de um trabalho de cidadania e de patriotismo, como a recuperação da história da primeira mulher inscrita na Ordem de São Paulo. Muito desta história se perdeu, lamentavelmente, por conta do tratamento dispensado aos arquivos da advocacia paulista, um acervo histórico que jamais será recuperado e que faz parte da história do Estado e também do Brasil".
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