Migalhas Quentes

TED da OAB/SP - Oferecer serviços jurídicos em pregão é falta de ética

31/7/2007


Opinião

Oferecer serviços jurídicos em pregão é falta de ética, afirma TED da OAB/SP

A OAB/SP considerou em sua 500ª sessão que advogados e sociedades que participarem de pregão eletrônico on-line para contratação de serviços advocatícios, mesmo que se trate de contratação por notória especialização ou situação emergencial, estão incorrendo em falta ética por infringir o Estatuto da Advocacia e o Código de Ética e Disciplina.

O julgado da Turma Deontológica do Tribunal de Ética e Disciplina afirma: "o pregão, por sua forma e natureza, em qualquer situação, afronta a dignidade da advocacia, é sinônimo de leilão e os honorários do advogado não podem ser leiloados".

A consulta sobre o uso do pregão eletrônico foi formulada face a contratação realizada pela Sabesp, que mereceu repúdio do Conselho Seccional da OAB/SP. A Seccional comunicou suas restrições ao uso de pregão ao superintendente da Sabesp, Gesner de Oliveira, que acatou os argumentos.

A Turma de Ética Profissional sugeriu também modificação na Lei de Licitação, estabelecendo a inexigibilidade e dispensa de licitação para a contratação de advogado, acrescentando que mesmo a contratação por notoriedade profissional não deve dispensar a observação das leis e princípios éticos que regem a Advocacia brasileira.

O ilustre advogado Marcos Augusto Perez, de Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques, Advocacia, integrante do Conselho de Ética da OAB/SP até o ano de 2006, ressalta a importância da decisão ao lembrar que "é preciso resistir à pressão daqueles que querem que os serviços de advocacia sejam contratados pela Administração como se fossem serviços comuns, plenamente comparáveis e selecionáveis pelo preço. Não são. Os serviços jurídicos são essencialmente únicos, tanto quanto seus profissionais. A comparação exclusivamente pelo preço, avilta a profissão e prejudica o cliente Administração, que fica incapacitado de selecionar o profissional mais adequado para o atendimento de sua demanda. Essa questão, ademais, não importa apenas à advocacia como corporação, mas às instituições democráticas de uma maneira geral, já que o patrocínio é um instrumento de acesso à justiça, essencial ao regime democrático".

_______________

Fonte: Edição nº 258 do Litteraexpress - Boletim informativo eletrônico da Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques, Advocacia.

 

 

 

 

 

_____________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Desembargador do TJ/AL não conhece HC e mantém prisão do advogado João Neto

19/4/2025

Conclave: Entenda como funciona a eleição de um novo Papa

21/4/2025

Cacau Show deve indenizar por ovos de chocolate com larvas vivas

20/4/2025

União homoafetiva e aborto: O legado pastoral de Papa Francisco

21/4/2025

Bancos devem indenizar por fraude em empréstimos e Pix

20/4/2025

Artigos Mais Lidos

STF, pejotização e o silêncio imposto à Justiça do Trabalho: A quem interessa uma nação de trabalhadores sem direitos?

19/4/2025

Os impactos da decisão do STF quanto à discussão da pejotização

19/4/2025

TJ/SP declara que recuperação judicial de produtor rural não impede execução contra avalistas: Decisão é marco relevante para o crédito no agronegócio

19/4/2025

Antaq publica novo marco regulatório dos portos: O que muda para concessionárias, operadores e investidores

19/4/2025

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário

21/4/2025