Ministério da Defesa
Nelson Jobim toma posse como ministro na tarde de hoje
"O presidente agradeceu ao ministro Waldir Pires pela altivez com que assumiu e conduziu o Ministério da Defesa. No entanto, o presidente ponderou ao ministro que nesse momento era necessário um no perfil para conduzir o ministério e particularmente a crise do setor aéreo", disse o porta-voz. Pires estava na pasta desde março de 2006. Ele foi o terceiro ministro da pasta no governo Lula. Nelson Jobim entra como o quarto nome à frente do ministério.
Ainda conforme o porta-voz, Lula agradeceu o trabalho de Waldir Pires na CGU, durante três anos, antes de assumir a Defesa. "Mudando o perfil daquele órgão [CGU] para torná-lo efetivamente fiscalizador da devida aplicação dos recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios. Este trabalho pode se considerado um marco ao combate à corrupção".
O novo ministro da Defesa, Nelson Azevedo Jobim, nasceu em 12 de abril de 1946, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1968. Foi deputado federal por duas vezes consecutivas, representando o PMDB do Rio Grande do Sul. Seus mandatos foram de 1987 a 1991 e de 1991 a 1995.
Como deputado, exerceu a função de líder do PMDB na Assembléia Nacional Constituinte, em 1988, tendo sido relator substituto na elaboração do Regimento Interno da Assembléia Nacional Constituinte e relator adjunto da Comissão de Sistematização.
Assumiu a presidência do TSE em junho de 2001, e presidiu o processo eleitoral de outubro de 2002. Foi eleito presidente do STF em abril de 2003. Como presidente do STF, exerceu também o cargo de presidente do CNJ. Aposentou-se em 2006.
Deputados de oposição querem Defesa fortalecida para organizar Anac, Infraero e Aeronáutica
A nomeação de Nelson Jobim como ministro da Defesa gerou reação na Câmara dos Deputados. O deputado Vic Pires (DEM-PA) afirmou que o Ministério da Defesa precisa de comando forte, "porque áreas como Aeronáutica, Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] e Infraero [Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária] não se entendem".
"Porque senão fica essa loucura: um monte de Sargento Garcia, sem um Zorro para tomar conta", ironizou.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) considerou que o presidente Lula demorou muito para tomar a decisão. E agora, Gabeira questiona se é a decisão mais acertada. "Porque o ministro Jobim não tem uma tradição de pensar o problema da Defesa. Ele não é ligado ao tema da Defesa e muito menos tem o conhecimento da aviação civil para trazer uma saída". Para Gabeira, um ministro da Defesa deveria ser estudioso e interessado no assunto. "Pode ser um novo erro. Porque se nós dependemos do Ministério da Defesa para equacionar e solucionar os problemas, o ministro da Defesa deveria ser alguém familiarizado com aviação civil", disse.
Segundo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) os órgãos não se entendem e a mera troca de nomes não garante mudanças. "É preciso que haja uma política real do governo de fazer essa mudança e de dar essa força ao Ministério da Defesa".
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