Em manifestação nos autos, promotor chama advogado de “cocô” após pedido de adiamento de sessão.
Caso ocorreu durante processo que condenou Everton Vargas a 14 anos de prisão pela morte de uma adolescente youtuber.
Entenda o caso
Em 2018, Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de 14 anos, foi atingida por um disparo na cabeça enquanto estava em um carro com a família.
Everton Vargas assumiu a autoria dos disparos, alegando ter acreditado que os ocupantes do carro da família iriam assaltá-lo.
Após seis anos do ocorrido, o réu foi julgado entre os dias 2 e 6 de setembro, em sessões marcadas por tensões, até mesmo antes do início das atividades no Tribunal.
Segundo o advogado de defesa do réu, Cláudio Dalledone Júnior, semanas antes do início do julgamento, ele teria apresentado um requerimento solicitando o adiamento das sessões, alegando um compromisso judicial previamente agendado para a mesma data.
No entanto, antes mesmo da análise do pedido pela juíza do caso, o promotor do processo, Rodrigo Sanches, protocolou uma manifestação com o título "dalecoco", o que foi interpretado pela defesa como uma ofensa direta ao advogado.
Após o ocorrido, Dalledone acionou as prerrogativas da OAB/PR e pediu providências junto à Corregedoria-Geral do MP para apurar os fatos.
Em sessão
Além da ofensa, durante o julgamento do caso, o advogado afirmou ter sido chamado de “mentiroso” durante o interrogatório de uma das testemunhas do caso.
Veja o vídeo do momento:
Esclarecimento – Atualização em 13/9/24, às 11h
Como mencionado anteriormente, o promotor de Justiça Rodrigo Sanches protocolou uma manifestação cujo arquivo foi nomeado "MAN redesignacao dalecoco chicana juriPontal". A interpretação que fazemos é que o título fazia referência ao pedido de redesignação da sessão, classificado como "chicana", provavelmente feito pelo advogado Dalledone, que no nome do arquivo acabou sendo "dalecoco". Em nenhum momento afirmamos que o termo "dalecoco" foi utilizado no teor da manifestação. Porém, em tempos de feitos eletrônicos, até os nomes dos arquivos podem acabar "entrando nos autos", e aqui fica o alerta: cuidado ao nomear arquivos, pois ninguém quer colocar... "excrementos" no processo. Para deixar tudo bem claro e evitar mal-entendidos, o promotor enviou a seguinte nota, que publicamos com satisfação:
"O promotor de justiça Rodrigo Sanches Martins esclarece que em nenhum momento se referiu ao advogado com expressões ofensivas ou depreciativas. Na manifestação ministerial, que é o que de fato importa no processo, não há qualquer menção a adjetivos pejorativos."