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ICC Brasil promove a 5ª edição do "Integrity Conference"

O evento reuniu representantes de diversos setores, entre eles, do Programa Mundial de Alimentos da ONU, CVM, ABB, PwC, UniãoBR e General Motors.

26/8/2024

A ICC Brasil, única instituição do setor privado com assento na ONU que fomenta o protagonismo das empresas brasileiras nos mercados globais, realizou na semana passada a 5ª edição do "Integrity Conference", sob o tema "Construindo Resiliência em Tempos de Crise". O evento contou com a participação especialistas de diversos setores, entre eles, representantes do Programa Mundial de Alimentos da ONU, CVM - Comissão de Valores Mobiliários, ABB, PwC, Movimento UniãoBR e General Motors, que compartilharam experiências reais das organizações.

A conferência, realizada em São Paulo, no escritório do Pinheiro Neto Advogados, contou com a participação de Salvador Dahan, chief risk officer do Programa Mundial de Alimentos da ONU (UN World Food Programme), que falou sobre a importância de as empresas entenderem os potenciais riscos para gerenciar uma crise. "Sabemos que algumas são previsíveis e outras não. A preparação é importante para o plano de ação e para se ter o discernimento sobre o papel de cada um, em especial da liderança", comenta o executivo.

Enfrentando cenários inesperados

No primeiro painel, moderado por José Alexandre Buaiz Neto, sócio do Pinheiro Neto Advogados, os executivos dividiram suas experiências e principais estratégias das empresas, principalmente relacionados a fatores externos. Claudia Sender, membro do Conselho da Embraer, Gerdau, Holcim e Telefônica, destacou o papel do conselheiro em trazer propostas e formas diferentes de pensar, além de uma visão externa e de longo prazo. "É importante ter um plano de ação e buscar soluções criativas para a tomada de decisões, ainda mais quando se trata de uma indústria complexa como a de aviação, na qual existem inúmeros desafios", analisou Claudia.

Rafael Segrera, CEO da Schneider Electric para a América do Sul, contou que já vivenciou diferentes tipos de crises, mas evidenciou o período da pandemia de Covid-19. "Destaco a importância da comunicação e de cada tomada de decisão, sem ferir a ética e mantendo o funcionamento da operação, que foi fundamental naquele momento, principalmente o cuidado com as pessoas. Os processos estavam alinhados com os princípios globais da companhia", contou o executivo.

Tatiana Monteiro de Barros, fundadora do movimento UniãoBR, destacou as chuvas no Rio Grande do Sul que afetaram milhares de pessoas. "Houve senso de emergência e mobilização de toda a cadeia e essa ajuda faz toda a diferença em momentos críticos". Por meio de uma rede que conta com mais de 13 mil ONG's, diversas empresas parceiras e mais de 5 mil voluntários, o UniãoBR faz o intermédio entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda.

Gestão de crises e resiliência empresarial

No segundo painel, moderado por Leonardo Lopes, sócio da PwC, os participantes debateram sobre as diferentes crises no meio empresarial e a necessidade de um olhar atento as demandas socioambientais e de governança – atreladas a sigla ESG. "Quando falamos de gestão de crise e risco, compliance, minha experiência mostra que você não consegue prever uma crise, mas pode aprender com ela. É preciso criar um processo de autofiscalização. Autorregulação, cultura é a forma mais eficiente de garantir a ética e a integridade nas organizações", contou Daniella Marques, chairwoman, managing partner e head de special assets da Legend.

Alexandre Pinheiro dos Santos, superintendente geral da CVM, lembrou da importância de controles internos e do trabalho das auditorias para detectar não-conformidades. "As auditorias independentes têm papel importante neste processo de prevenção de eventos com potencial de crise. As empresas não podem ignorar pareceres de auditores independentes que cada vez mais terão exigência a cumprir", comentou.

Ricardo Cabral, compliance, product liability & civil litigation director da GM América do Sul, citou a importância dos fornecedores e prestadores de serviços, que também fazem parte da responsabilidade corporativa. "Ponto relevante é que as empresas precisam cuidar de toda a cadeia que envolve a atividade, esta é uma demanda atual. Tem que validar quem atende seu cliente. Nós certificamos nossos parceiros e levamos de seis a nove meses no processo", complementa.

Ao final do evento, a ICC Brasil lançou dois documentos com orientações para as companhias que contemplam tópicos relacionados a planejamento estratégico, tático, análise de cenário, entre outros. São eles: A inédita "Diretrizes da ICC sobre Negócios Responsáveis em Contextos Desafiadores" e "Regras da ICC de Combate à Corrupção", atualizadas em 2023. "O paper [de 2024] surgiu de uma reunião difícil, estávamos no meio de conflitos armados, Oriente Médio, e debatendo a pressão sobre as empresas e como manter negócios com estes locais", lembra Reynaldo Goto, chief compliance officer da BRF.

Evento realizado pela ICC Brasil reuniu representantes de diversos setores, entre eles, do Programa Mundial de Alimentos da ONU, CVM, ABB, PwC, UniãoBR e General Motors.(Imagem: Elias Gomes)

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