Dados significativos sobre a distribuição de advogados autônomos em comparação com aqueles vinculados a escritórios ou entidades públicas foram revelados pelo "PerfilADV - 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira".
De acordo com a pesquisa, atualmente no Brasil 72% dos advogados atuam como autônomos, sendo a modalidade mais frequente quanto maior a idade, atingindo entre os de 60 anos ou mais, e caindo entre os que têm 21 a 23 anos.
Renda
A pesquisa evidencia que 70% dos advogados autônomos ganham entre dois a cinco salários-mínimos. 52% dos que estão em escritórios privados e 45% dos ocupantes de cargos públicos se encontram nesta mesma faixa de renda.
Apenas 3% dos autônomos alcançam a marca de renda mais alta, acima de 20 salários-mínimos, em contraste com 11% dos advogados em escritórios privados e 13% dos que têm cargos públicos.
Raça, gênero e região
Ademais, o estudo destaca uma maior proporção de advogados autônomos entre pretos (78%) e pardos (76%), comparado a 70% entre os brancos. Na comparação de gêneros dessa modalidade não houve discrepância significativa: tanto homens quanto mulheres têm 72% de seu total trabalhando como autônomos.
Regionalmente, a modalidade é prevalente no Nordeste, onde 75% dos advogados atuam de forma independente, em contraste com 66% no Sul.
Além disso, mostra-se equilibrado o número de advogados autônomos entre os centros urbanos e o interior, com 44% atuando exclusivamente em áreas urbanas e 45% no interior. Em contraste, 50% dos advogados vinculados a empresas ou escritórios privados operam exclusivamente nas capitais e regiões metropolitanas, enquanto a maioria dos que ocupam cargos públicos (52%) trabalha exclusivamente no interior.
Carreira
O estudo mostrou que o tempo médio de inscrição na OAB é de 12 anos tanto para advogados autônomos quanto para aqueles em escritórios privados. Já advogados que ocupam cargos públicos apresentam uma média de inscrição um pouco maior, em torno de 15 anos. Além disso, a duração da inscrição é semelhante para aqueles que trabalham em home office (12 anos) e para os que atuam presencialmente (13 anos).
Outrossim, a pesquisa indica que a presença de atividades profissionais extras é mais comum entre advogados que ocupam cargos públicos: eles representam 35%, contra 28% dos autônomos e 19% dos que estão em escritórios privados.
No que diz respeito ao uso de sistemas OAB, advogados autônomos lideram com 47% de frequência de uso, seguidos por aqueles em cargos públicos (45%) e em escritórios privados (42%). Curiosamente, desempregados e aposentados mostram um uso comparável desses sistemas, ambos com 38%.
O estudo
O 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira é uma iniciativa do Conselho Federal da OAB, e foi concebido para explorar a realidade dos advogados em todo o país, identificando as dificuldades, peculiaridades e características regionais da prática profissional.