O vira-lata caramelo é um símbolo da cultura brasileira e está presente em diversos aspectos da sociedade. Com base nessa premissa, o deputado Federal Felipe Becari apresentou o projeto de lei 1.897/23, na Câmara dos Deputados, visando oficializar o reconhecimento do vira-lata caramelo como uma expressão cultural imaterial do país.
Na proposta, o parlamentar destaca que a expressão "vira-lata caramelo" está profundamente arraigada em nossa cultura, sendo utilizada para identificar um dos cães mais populares e queridos do Brasil.
“Não é de hoje que o vira-lata caramelo está presente na vida do brasileiro. Seja porque você tem um ou porque cruza com eles nas ruas. No entanto, de uns tempos para cá e graças à internet, esse cachorro cor caramelo se tornou fenômeno de popularidade. E mais: muitos já o consideram um símbolo nacional, fazendo campanhas para oficializá-lo como raça brasileira.”
O deputado menciona um episódio marcante em 2020, quando a substituição da imagem do lobo-guará por um vira-lata nas novas cédulas de R$ 200 se tornou viral na internet. A cachorrinha Pipi, residente em Porto Alegre, foi a escolhida para figurar na nota, gerando uma petição com mais de 10 mil assinaturas para que os papagaios nas cédulas de R$ 10 fossem substituídos por vira-latas caramelo.
“Sem entrar no mérito das iniciativas e independente das intenções dos cidadãos, o vira-lata caramelo se tornou símbolo nacional.”
Becari conclui destacando que, apesar do amor recebido, os vira-latas ainda enfrentam preconceito de algumas pessoas, que os consideram inferiores aos cães de raça pura. Assim, ele reforça que esses cães são não apenas um símbolo da cultura brasileira, mas também uma presença constante em vários aspectos da sociedade, desde a música até a literatura, filmes, novelas e séries brasileiras.
“Eles costumam ser retratados como animais leais, inteligentes e corajosos, o que ajuda a desmistificar a ideia de que os cães de raça pura são superiores.”
A Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura define como patrimônio imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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