MPF/RJ
Operação Iscariotes: quadrilha que atuava no Cristo Redentor é denunciada
A denúncia, feita pelos procuradores da República José Maria Panoeiro e José Schettino, foi recebida na 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, onde agora corre a ação penal. A quadrilha era formada por três grupos: funcionários da empresa Trade Rio - administradora do estacionamento do parque; vigilantes da empresa de segurança Juiz de Fora; policiais militares lotados no BPTur. Além deles, foram denunciadas duas pessoas ligadas à Jeep Tour, empresa que, se aproveitando do esquema fraudulento, lograva pagar valores a menor que os efetivamente devidos ao Ibama.
Os denunciados por quatro crimes, segundo a participação a ser delimitada: estelionato - pena de um a cinco anos de reclusão e multa, mais um aumento de 1/3 por ser cometido em detrimento de entidade de direito público, formação de quadrilha - um a três anos de prisão, corrupção ativa - reclusão de até oito anos, pelo Código Penal Militar - e lavagem de dinheiro.
A denúncia narra dois esquemas de apropriação indevida de recursos do Ibama. No primeiro, os bilheteiros não emitiam os tíquetes obrigatórios de registro de entrada de visitantes e veículos - inclusive da Jeep Tour - ou estornavam valores de tíquetes emitidos. O pedágio não registrava todos os turistas que visitavam o Corcovado, o que gerava um "caixa dois" inclusive para pagar a vigilantes da empresa Juiz de Fora e a policiais militares, que também eram coniventes com os desvios.
No segundo esquema, os caixas não registravam a passagem de vans destinadas ao Cristo Redentor, sendo que neste caso os policiais militares ficavam com todos os valores auferidos. Segundo a denúncia, os valores rateados entre os denunciados variavam conforme a arrecadação, sendo certo que nos finais de semana e na alta temporada os lucros aumentavam sensivelmente. A operação foi batizada com este nome, uma vez que os denunciados "vendiam" o Cristo Redentor.
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