Conar decidiu, na última terça-feira, 22, arquivar processo ético aberto em julho para investigar campanha da Volkswagen que reproduziu, com uso de inteligência artificial, imagem da cantora Elis Regina, falecida em 1982.
O órgão, em sessão virtual da 7ª câmara, por maioria de votos, decidiu arquivar a representação 134/23 que tratava do caso. Na análise, o Conar analisou se a recriação da imagem de Elis foi respeitosa e ética e se seria necessário informar, explicitamente, o uso da ferramenta de inteligência artificial no anúncio.
De acordo com nota emitida pelo órgão, o colegiado considerou, por unanimidade, que não houve desrespeito à figura de Elis, pois os herdeiros consentiram o uso da imagem da cantora, que apareceu na propaganda cantando, segundo o Conselho, "algo que fazia em vida".
Já com relação à informação de uso da inteligência artificial no anúncio, por maioria dos votos (13 a 7), o colegiado entendeu que da técnica era evidente na campanha publicitária, não sendo necessários mais esclarecimentos ao público.
Caso
Em julho deste ano, a Volkswagen lançou propaganda em comemoração aos seus 70 anos. O vídeo simulou um dueto entre Elis Regina, já falecida, e sua filha, Maria Rita.
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A técnica utilizada pela Volks é conhecida como "deepfake" e simulou a imagem da cantora falecida há 41 anos.
O processo foi aberto pelo Conar após consumidores questionarem a ética no uso da inteligência artificial para reprodução de imagem de pessoa falecida.