Migalhas Quentes

Advogado que sofreu penhora online por engano será indenizado

Homem figurava em processo trabalhista como advogado, sem qualquer relação com o débito.

13/7/2023

Advogado será indenizado após sofrer penhora online por engano no âmbito de processo trabalhista. Decisão é da 10ª turma Recursal da SJ/SP, ao considerar que caberia ao órgão judicial, antes de efetuar a medida restritiva, analisar de forma mais detida os documentos apresentados.

Consta nos autos que o homem sofreu penhora online por equívoco, eis que figurava no processo trabalhista não como parte ou codevedor, mas como advogado, sem qualquer relação com o débito trabalhista.

As contas do advogado foram bloqueadas por ordem do juízo da 3ª vara do Trabalho de Piracicaba/SP.

Em primeiro grau, o juízo reconheceu que houve bloqueio indevido das contas do patrono, mas considerou que não era hipótese de erro judicial, eis que a ordem de bloqueio não decorreu de interpretação/aplicação do direito pelo magistrado, mas por equívoco na execução.

Segundo analisou o juiz, a pronta resolução da questão impediu que o ocorrido passasse de um aborrecimento e julgou improcedente o caso.

O advogado interpôs recurso alegando que teve suas contas bloqueadas por três dias, cujos valores perfizeram o montante de R$ 81 mil. Defendeu que o juízo agiu com negligência ao realizar procedimento de bloqueio de contas sem sequer verificar o processo com cautela.

Advogado sofreu penhora por equívoco do juízo e será indenizado.(Imagem: Freepik)

Ao analisar o caso, a relatora, juíza Federal Lin Pei Jeng, ressaltou que caberia ao órgão judicial, antes de efetuar a medida restritiva, analisar de forma mais detida os documentos apresentados para assegurar-se da correta identidade do destinatário da medida.

"Assim, uma vez que houve erro grosseiro da União, cabe a responsabilidade por perdas e danos, inclusive de natureza moral", considerou.

Para a relatora, a gravidade da situação configura o dano moral in re ipsa, pois o advogado teve suas contas bancárias bloqueadas e ficou privado de utilizar a quantia lá depositada.

Diante disso, deu parcial provimento ao recurso para fixar indenização por danos morais em R$ 2,7 mil.

A causa foi defendida por Vandrei Nappo Advogado.

Veja a decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Juiz acusa advogado de "dirigir" processo, mas TJ não vê anormalidade

7/3/2023
Migalhas Quentes

Trabalhadora tem salário penhorado para pagar honorários de advogado

25/8/2022
Migalhas Quentes

STJ: Salário de devedor pode ser penhorado para pagamento de honorários se não comprometida subsistência

14/10/2020

Notícias Mais Lidas

Servidor com problemas psiquiátricos demitido por faltas será reintegrado

19/7/2024

Servidor devolverá quase meio milhão ao erário por benefício indevido

19/7/2024

Beca fedida, álcool no pão, Fonfon e “Perdeu, mané” no Minuto Migalhas

19/7/2024

TJ/SP: Jogador é banido do "Dragon Ball Legends" por uso de IA

19/7/2024

Uber deve reativar cadastro de motorista bloqueado por investigação criminal

19/7/2024

Artigos Mais Lidos

STJ altera a metodologia de cálculo de tarifa para condomínios sem hidrômetro individualizado

19/7/2024

Alterações na cessão de direitos creditórios e no CTN

19/7/2024

De boas intenções, os contratos andam cheios

19/7/2024

A ANPD no banco dos réus

19/7/2024

Direito das sucessões e planejamento sucessório

20/7/2024