Nos últimos anos, os Estados Unidos têm enfrentado uma crescente demanda de imigrantes em busca de asilo e proteção no país, causando discussões em toda a sociedade americana sobre o dever ou não de abrigar essas pessoas. Recentemente, o país recebeu mais de 3 milhões de pedidos, gerando uma situação de divisão entre a população americana.
Para o advogado Daniel Toledo, do escritório Toledo Advogados Associados, embora a oferta para esse tipo de solução seja uma maneira importante de proteger os direitos humanos e a dignidade dos refugiados, esse processo muitas vezes vem acompanhado de uma série de desafios e problemas.
“Muitos são a favor da imigração humanitária, mas esse número é igualmente proporcional à quantidade de pessoas que são contra a entrada de mais imigrantes no país, o que causa diversos problemas entre os próprios cidadãos americanos”, relata.
De acordo com Toledo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2021, existe um compromisso em relação às políticas de imigração serem mais humanitárias e compreensivas.
“Em uma de suas primeiras ações como presidente, Biden assinou uma ordem executiva que revogou a política de ‘tolerância zero’ do governo anterior, que havia resultado em separações familiares e detenções em massa de imigrantes. Ele também propôs reformas abrangentes, porém controversas, no sistema de imigração.”
No entanto, para o especialista, essa postura mais flexível também criou uma situação complexa, onde um enorme número de pessoas busca asilo nos Estados Unidos. Segundo ele, alguns movimentos do governo Federal mostram que as coisas estão saindo do controle.
“Recentemente, foram adicionados 1.500 militares para reforçar as fronteiras dos EUA, se juntando aos 2.500 que já estavam em serviço. Isso é um sinal claro de que a gestão Biden reconhece os problemas que suas políticas estão causando no âmbito imigratório.”
Nos últimos meses, os governadores do Texas e da Flórida, Greg Abbott e Ron DeSantis, estreitaram as regras em relação a imigração ilegal. Para o especialista em Direito Internacional, o movimento foi fundamental para que as autoridades Federais reforçassem a segurança das fronteiras.
“Muitas pessoas chegam nesses Estados e começam a morar nas ruas, estendendo barracas e mudando completamente a estética local. Além disso, as fazendas que rodeiam esses limites de território sofrem com imigrantes invadindo suas propriedades e furtando animais para consumo. Os governadores desses Estados começaram a identificar essas pessoas e enviá-las para o cuidado Federal e, só aí, uma movimentação mais robusta começou a acontecer para conter esse problema”, finaliza.