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Governo recompõe Comissão de Anistia e inclui perseguidos na ditadura

Portaria com a definição dos novos membros – entre eles vítimas da ditadura – foi publicada nesta terça-feira no DOU.

18/1/2023

O governo Lula, por meio do ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, comandado pelo advogado Silvio Almeida, recompôs a Comissão de Anistia. A portaria 31/23, com a definição dos novos integrantes, foi publicada nesta terça-feira, 17, no DOU. Entre os novos indicados, estão vítimas da ditadura militar.

De acordo com o ministério, os escolhidos possuem "experiência técnica, em especial no tratamento do tema da reparação integral, memória e verdade".

A presidente da Comissão será a professora Eneá de Stutz e Almeida, da UnB, especialista em justiça de transição, estado de Direito, democracia e direitos humanos. Ela foi conselheira da comissão de 2009 a 2018.

Ministério dos Direitos Humanos, comandado por Silvio Almeida, recompõe Comissão de Anistia.(Imagem: José Cruz/Agência Brasil)

Veja quem são os integrantes:

Eneá de Stutz e Almeida (presidente)

Márcia Elayne Berbich Moraes

Ana Maria Lima de Oliveira

Rita Maria Miranda Sipahi

Vanda Davi Fernandes de Oliveira

Prudente José Silveira Mello

José Carlos Moreira da Silva Filho

Virginius José Lianza da Franca

Manoel Severino Moraes de Almeida

Roberta Camineiro Baggio

Marina da Silva Steinbruch

Egmar José de Oliveira

Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto

Mario de Miranda Albuquerque

Ainda faltam ser designados os representantes do Ministério da Defesa e dos anistiados, que serão designados em ato posterior.

Todos os nomeados são ex-integrantes da comissão. A nova gestão excluiu militares que participavam do grupo no governo Bolsonaro, que não reconheciam a ditadura e que votaram contra o entendimento de que houve perseguição política no regime militar.

O trabalho na comissão é considerado prestação de serviço público relevante, não sendo remunerado.

Histórico

A Comissão de Anistia foi criada pela lei 10.559/02 e funciona como um órgão de assessoramento direto do ministro de estado dos Direitos Humanos e da Cidadania.

O objetivo é analisar os requerimentos de anistia com comprovação da perseguição política sofrida, além de emitir os pareceres sobre os pedidos.

A partir de 2019, durante o governo Bolsonaro, o conceito de reparação integral com que a comissão trabalhava até 2017 foi descaracterizado, o que resultou na rejeição de 95% dos pedidos analisados de 2019 a 2022.

Do total de 4.285 processos julgados nesse período, 4.081 foram indeferidos.

Entre os pedidos negados pela comissão no governo Bolsonaro está o da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi perseguida e torturada pela ditadura militar.

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