Migalhas Quentes

STJ destaca empenho da AGU na redução do volume de processos na Corte

O empenho da AGU resultou na diminuição dos processos em tramitação no Tribunal e na prevenção de litígios.

17/12/2022

A AGU - Advocacia-Geral da União tem sido um dos principais parceiros do STJ em seu esforço para reduzir o volume de processos.

Desde junho de 2020, está em vigor o acordo de cooperação técnica firmado entre o STJ e a AGU, que possibilitou, até junho de 2022, que cerca de 620 mil processos tivessem sua tramitação abreviada nas instâncias de origem, evitando que chegassem à Corte Superior. Desse universo, 298 mil processos envolviam matéria previdenciária.

Baseado no trabalho de jurimetria realizado pelo STJ, a AGU tem reforçado o alinhamento de estratégias e fomentado boas práticas institucionais para a criação de mecanismos que inibam o ajuizamento de ações e as contestações em processos nos quais a União e suas autarquias figurem como rés, bem como a interposição desnecessária de recursos – tudo isso com a finalidade de contribuir para o objetivo de desjudicialização, que também passa pela internalização administrativa das questões definidas pela Corte Superior.

O empenho da AGU resultou na diminuição dos processos em tramitação no tribunal, na prevenção de litígios, no melhor gerenciamento de precedentes qualificados e no fomento à resolução consensual de controvérsias relacionadas aos órgãos públicos e às entidades que ela representa.

Ao longo de 2022, a PGF editou atos normativos e adotou projetos institucionais para promover uma atuação judicial mais uniforme, racional e isonômica, com novas regras que permitem não interpor recursos ou desistir de processos que, à luz da jurisprudência, têm chances muito reduzidas – ou mesmo nulas – de êxito.

No fim de novembro, integrantes das equipes técnicas da Secretaria Judiciária e do Nugepnac - Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e de Ações Coletivas do STJ - se reuniram com integrantes da PGF para reforçar esse alinhamento de condutas.

A AGU se empenha no melhor gerenciamento de precedentes qualificados e na resolução de controvérsias.(Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Folhapress)

Criação de novos departamentos de atuação contenciosa

De acordo com a procuradora Márcia Eliza de Souza, a "atuação focada no resultado" foi a diretriz seguida pela PGF ao criar dois novos departamentos de contencioso: o de Cobrança e Recuperação de Créditos e o Previdenciário.

Segundo ela – que dirige o Departamento de Contencioso Previdenciário –, um dos objetivos do órgão é fomentar a especialização dos procuradores para atuarem em disputas que envolvam principalmente matérias previdenciárias.

Os novos departamentos permitirão uma atuação especializada, além de ações coordenadas e uniformes. Márcia Eliza afirmou que a especialização em questões de previdência e assistência social, com uma coordenação técnica exclusiva nessa área, desde a primeira instância até as instâncias superiores, reduz as ações judiciais, trazendo aos tribunais superiores somente matérias específicas.

"A especialização dos temas no âmbito dos tribunais é para buscarmos alternativas que não sejam os recursos para o STJ. A melhoria da atuação da procuradoria evita as discussões judiciais. Estamos especializando, colocando divisões específicas por tema, para começar desde a primeira instância e acompanhar a evolução até os Tribunais Superiores. Para que a gente só traga para cá aquilo que realmente seja necessário para a política pública, e não toda e qualquer discussão dentro do processo."

A AGU também está sistematizando uma coordenação nacional de tribunais locais e unificando a forma de trabalhar nos TRFs, nos TJs e nas Turmas Recursais para melhor orientar a atuação processual, inclusive no que se refere à não interposição de recursos, buscando a redução do tempo de tramitação e outras estratégias de solução de litígios.

Trabalho conjunto evita excesso de demandas

O assessor-chefe do Nugepnac, Marcelo Marchiori, ressaltou que o acordo de cooperação abriu um diálogo entre o Poder Judiciário e a PGF, estimulando uma visão sistêmica de como reduzir a litigiosidade.

Ele lembrou que os dois órgãos trabalham em conjunto também em relação aos recursos repetitivos, com a PGF indicando questões jurídicas relevantes e o STJ afetando os processos para a fixação das teses que serão aplicadas em todo o território nacional.

"O acordo de cooperação STJ/AGU foi responsável por uma mudança de comportamento, de cultura. A criação de um departamento contencioso exclusivo previdenciário decorreu desse acordo. Hoje, nós não temos uma atuação do INSS focada no STJ, mas sim focada no Judiciário, que impacta lá na primeira instância, melhor ainda, impacta na administração pública. É um acordo incrível."

Para Antonio Augusto Gentil, titular da Secretaria Judiciária do STJ, os expressivos resultados alcançados até agora na execução do acordo só foram possíveis graças à intensa colaboração da AGU.

"Buscando uma atuação mais assertiva e mais eficiente, a AGU baixou uma série de orientações normativas e de diretrizes visando disciplinar o trabalho dos procuradores, com o estabelecimento de novas regras de dispensas recursais e desistências em relação aos processos com baixas ou nenhuma probabilidade de êxito."

Informações: STJ.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

AGU edita regras para aplicar lei de improbidade na esfera disciplinar

11/11/2022
Migalhas Quentes

Revisão da vida toda: AGU diz que governo conseguirá reverter o caso

30/3/2022
Migalhas Quentes

Arbitragem: AGU define critérios para escolha de árbitro pela União

9/3/2022
Migalhas Quentes

AGU consolida súmulas que estão em vigor

23/1/2012

Notícias Mais Lidas

Veja áreas que mais remuneram advogados segundo pesquisa da OAB/SP

15/8/2024

Advogado é agredido por PMs; Justiça manda devolver fiança

15/8/2024

Pais terão IR penhorado por publicação de filhos ligando Moraes ao PCC

15/8/2024

CNJ implementa modelo-padrão de ementas para decisões judiciais

14/8/2024

Justiça determina interdição de santuário dedicado a Lúcifer no RS

14/8/2024

Artigos Mais Lidos

A doação em vida não resolve o problema: O aumento do ITCMD na reforma tributária

15/8/2024

ITCMD: Postergar planejamento sucessório pode sair caro por causa da reforma tributária

15/8/2024

Quando o advogado deve dizer “não”?

15/8/2024

Por que as buscas e apreensões extrajudiciais ainda não saíram do papel?

14/8/2024

Invalidade da cláusula non cedendo em face da Lei das Duplicatas

16/8/2024