Migalhas Quentes

Editora Migalhas lança a obra "Desigualdade, o flagelo do Brasil"

O livro reúne textos de juristas e de pensadores de outros campos que discutem múltiplas questões relacionadas à desigualdade.

23/11/2022

A obra "Desigualdade, o flagelo do Brasil", organizada pela juíza Adriana Cruz, pelo professor Daniel Sarmento e pelo desembargador Roger Raupp Rios, tem como principal objetivo discutir diversos aspectos da desigualdade no país. O trabalho foi editado por Migalhas e terá distribuição gratuita. 

O livro é composto de textos de juristas e de pensadores de outros campos que discutem múltiplas questões relacionadas à desigualdade, mas sempre a partir de um denominador-comum: a ideia de que ela atinge patamares absolutamente inaceitáveis no Brasil, e que combatê-la deve ser absoluta prioridade na agenda nacional. 

Para o coordenador Roger Raupp Rios, "a história do Brasil pode ser contada por algumas de suas marcas mais salientes, profundas e injustas: as desigualdades e as discriminações. Essa obra é um esforço conjunto de pesquisadores, especialistas e ativistas da igualdade, que esperamos contribua fornecendo um panorama desse desafio."

 

(Imagem: Arte Migalhas)

Distribuição gratuita: faça o download na Amazon ou envie um e-mail para livraria@migalhas.com.br

Confira abaixo a apresentação do trabalho:

A desigualdade é, sem dúvida, o mais importante problema nacional. O Brasil é um país profundamente injusto, e a desigualdade vem se agravando nos últimos anos, marcados pelo retrocesso democrático e pela adoção de políticas econômicas de caráter neoliberal e excludente. Nossa desigualdade é onipresente, projetando-se intensamente na economia, na cultura, na política e no cotidiano de praticamente todas as relações sociais. Ela é também escandalosa, e deveria provocar indignação e espanto, seja quando observamos dados sobre a concentração de renda e de riqueza no país ou sobre a letalidade policial voltada contra a população negra, seja quando olhamos, por exemplo, para as marquises imundas de nossas cidades, em que vive miseravelmente a nossa crescente população em situação de rua, exposta à fome, ao frio, à insegurança e ao estigma.    

É uma desigualdade que não se limita à dimensão das classes sociais, norteando-se também por outros marcadores, como raça, etnia, gênero, identidade de gênero, orientação sexual e deficiência. Suas raízes são antigas e profundas – ligando-se à escravidão e ao pacto colonial –, mas a sua lógica continua se reproduzindo na contemporaneidade, alimentada também por novos elementos, como a crise climática, a precarização do trabalho e o backlash cultural anti-igualitário, associado à ascensão do populismo autoritário de extrema-direita. 

Esta obra coletiva objetiva discutir diversos aspectos da desigualdade no país, tema que tem sido uma preocupação central da vida acadêmica, profissional e pessoal dos organizadores. O livro é composto de textos de juristas e de pensadores de outros campos que discutem múltiplas questões relacionadas à desigualdade, mas sempre a partir de um denominador-comum: a ideia de que ela atinge patamares absolutamente inaceitáveis no Brasil, e que combatê-la deve ser absoluta prioridade na agenda nacional. 

A obra é composta de três partes. A primeira contém artigos que tratam da desigualdade sob perspectiva mais geral. A segunda é composta por textos que discutam como a desigualdade se manifesta em campos específicos do Direito e da vida social. A terceira parte, finalmente, discute a forma como a desigualdade incide sobre grupos sociais vulnerabilizados, como negras e negros, os povos indígenas, as mulheres, a população LGBTQIA+, as pessoas com deficiência e as pessoas em situação de rua. Evidentemente, o livro não tem pretensão de esgotar o tema, que é por sua própria natureza inesgotável, e não abarca – nem teria como abarcar – todas as dimensões da desigualdade, nem seus impactos sobre todos os grupos sociais por ela afetados. 

Por razões de coerência, chegamos à conclusão de que uma obra sobre desigualdade deveria ser facilmente acessível a todas e todos que tivessem interesse na sua leitura. Daí a nossa decisão de disponibilizá-la on-line de forma gratuita, para o que contamos com o indispensável apoio da Editora Migalhas, à qual muito agradecemos. Agradecemos também a todas as autoras e autores que se juntaram a nós nesse projeto. Em ordem alfabética: Ademar Borges, Adriana Espíndola Corrêa, Alice Hertzog Resadori, Carina Lellis, Clara da Mota Santos Alves Pimenta, Cláudia Fonseca, Cristina Telles, Daniel Borrillo, Deborah Duprat, Eduardo Adami, José Antonio Peres Gediel, José Reinaldo Lima Lopes, Lawrence Estivalet de Mello, Lúcia Scalco, Luiz Eloy Terena, Luiz Felipe Roque, Marcelo Cardozo da Silva, Marcelo Paixão, Marcos Queiroz, Rachel Gouveia Passos, Renan Sotto Mayor, Renata Queiroz Dutra, Ricardo Lodi Ribeiro, Valerio de Oliveira Mazzuoli e Wallace Côrbo. Agradecemos também ao Eduardo Adami pela ajuda na organização do material. 

Boa leitura, com votos de um país mais democrático e igualitário!

Adriana Cruz, Daniel Sarmento e Roger Raupp Rios

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

Justiça exige procuração com firma reconhecida em ação contra banco

21/11/2024

Ex-funcionária pode anexar fotos internas em processo trabalhista

21/11/2024

Câmara aprova projeto que limita penhora sobre bens de devedores

21/11/2024

PF indicia Bolsonaro e outros 36 por tentativa de golpe em 2022

21/11/2024

Artigos Mais Lidos

A insegurança jurídica provocada pelo julgamento do Tema 1.079 - STJ

22/11/2024

O fim da jornada 6x1 é uma questão de saúde

21/11/2024

ITBI - Divórcio - Não incidência em partilha não onerosa - TJ/SP e PLP 06/23

22/11/2024

Penhora de valores: O que está em jogo no julgamento do STJ sobre o Tema 1.285?

22/11/2024

A revisão da coisa julgada em questões da previdência complementar decididas em recursos repetitivos: Interpretação teleológica do art. 505, I, do CPC com o sistema de precedentes

21/11/2024