A sessão da 3ª turma do TRT-3 desta quarta-feira, 21, foi marcada por uma discussão acalorada entre um desembargador e um advogado, que acabou até em voz de prisão. Todavia, essa não é a primeira vez que os dois protagonizam uma briga.
Com efeito, em dezembro de 2020, o causídico xingou o magistrado após ele dizer que a sustentação oral estava confusa. À época, o desembargador pediu vista e disse que mudaria o voto - que antes era favorável ao advogado.
Nesta quarta, o magistrado realmente mudou o voto, fato que fez com que o advogado pedisse para renovar sua sustentação oral. Foi aí que começou a discussão. Assista.
Entenda o que aconteceu
No episódio ocorrido em dezembro de 2020, o desembargador Milton Vasques Thibau de Almeida disse ao advogado Tiago Jonas Aquino que a sustentação oral dele foi confusa. O causídico, então, pediu a palavra, que foi recusada, mas disparou: "V. Exa. faça o que quiser, se você quiser ir para a casa do caralho, vá também, V. Exa. vá para a puta que te pariu, foda-se".
O relator, em seguida, tomou a palavra dizendo que ia pedir vista para mudar o voto e dar fundamentação contrária.
Relembre o episódio:
Já nesta quarta-feira, o caso voltou a ser julgado, oportunidade em que o magistrado de fato mudou o seu voto. O colegiado do TRT-3, em decisão unânime, desproveu o recurso do advogado.
Ato contínuo, o patrono assumiu a tribuna suscitando questão de ordem e pedindo que lhe fosse concedida a palavra para renovar a sustentação oral, em virtude de ter havido suposta alteração no julgamento.
Após a negativa do desembargador, o advogado passa a discorrer porque entendia equivocada a negativa, até que o magistrado ordena que ele se retire do recinto.
O causídico se nega a sair e começa uma discussão acalorada, até que ele resolve dar voz de prisão ao desembargador por suposto abuso de autoridade.
A sessão foi suspensa e a transmissão interrompida após solicitação de intervenção da PF.
Nota - OAB
A OAB/MG e a AMAT - Associação Mineira de Advogados foram acionadas para acompanharem o advogado T.J.G.T.A. em uma sessão de julgamento no TRT da 3ª região, que comunicou às entidades ter recebido voz de prisão por um desembargador.
Na ocasião, compareceram, pessoalmente, o procurador geral de prerrogativas da OAB/MG e o procurador regional de prerrogativas da Zona da Mata II e, remotamente, a presidente e diretores da AMAT prestando-lhe a assistência necessária, que resultou em sua liberação. As duas entidades continuam acompanhando os desdobramentos do incidente com vistas à tomada de providências que julgarem necessárias.