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Demarest sedia encontro sobre Comércio Internacional/Política Externa

Segundo assessores econômicos de presidenciáveis que estavam no debate, o Comércio internacional deve avançar com reforma tributária, integração regional e novos acordos comerciais.

23/8/2022

A ICC Brasil (Câmara de Comércio Internacional) e o IBCI (Instituto Brasileiro de Comércio Internacional) realizaram ontem, em parceria com o Demarest Advogados, mais um encontro da série "Diálogos ICC Brasil – Eleições 2022" na sede do escritório.

Mediado por Gabriella Dorlhiac (diretora-executiva da ICC Brasil), pelo ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e presidente do IBCI, Webber Barral, e pelo sócio das áreas de Fusões e Aquisições e Comércio Internacional do Demarest Advogados, José Setti Diaz, o encontro contou com a participação dos assessores econômicos da candidata Simone Tebet (MDB), José Guilherme de Almeida Reis, e do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bruno Moretti, e teve como foco Comércio Internacional e Política Externa.

Os assessores econômicos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Ciro Gomes (PDT) também foram convidados, mas não enviaram representantes.

Representante da candidatura de Tebet, José Guilherme de Almeida Reis destacou que, para crescer, o país precisa avançar em uma agenda de reformas. Ele afirmou que, embora haja um grande debate em curso sobre desglobalização, "hoje em dia, há restrições de ordem fiscal para a concessão de subsídios por parte de Estados Unidos e China", o que, por sua vez, abre espaço para os chamados nearshoring (busca de fornecedores mais próximos) e friendshoring (parceria com países mais estáveis do ponto de vista geopolítico), com uma maior integração brasileira com outros países das Américas.

Em relação ao protecionismo, o assessor de Tebet avalia que, com exceção de movimentos nesse sentido na guerra comercial entre China e Estados Unidos, na prática, há relativamente poucos casos nos últimos anos. "O Brasil, por ter chegado atrasado na globalização, tem espaço para avançar".

Reis avalia ainda que o Brasil deve acelerar sua inserção na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e que poderia fazer mais do ponto de vista de acordos, embora o cenário internacional atual inspire cautela. "O acordo União Europeia-Mercosul é profundo. Vai além da troca de acessos e, por isso, sua conclusão é importante".

Em relação ao bloco econômico sul-americano, Reis acredita que seja importante repensar "os graus de liberdade" de cada membro. O assessor de Simone Tebet destacou, por fim, que é importante avançar com uma agenda de reformas, sobretudo a tributária, paralelamente à aceleração da abertura comercial.

Moretti, assessor da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia que é preciso reconstruir a imagem do Brasil de protagonista global em assuntos ligados à questão ambiental.

Na avaliação da equipe econômica do candidato petista, é importante rever a primarização da pauta exportadora brasileira a partir de uma posição que dialogue com a transição para a economia de baixo carbono e a revolução digital.

Nesse processo, explica ele, é preciso repensar a participação do Estado no comércio exterior, inclusive a do BNDES, como financiador do setor produtivo. "Quando se olha o pós-pandemia e para o pós-crise de 2018, o que vemos é que os países têm buscado um meio termo entre o 'Estado mínimo' e o 'Estado máximo', com apoio ao setor privado", destacou Moretti.

No que diz respeito à participação na OCDE e aos acordos com outros players e blocos econômicos, como o União Europeia-Mercosul, o assessor da candidatura de Lula afirma que é preciso avaliar cada caso, fortalecendo o diálogo com as partes envolvidas. "A acessão à OCDE, por exemplo, envolve restrição a fundos setoriais. É preciso avançar nesse debate", explicou.

Para José Setti Diaz, sócio do Demarest, o comércio exterior é um instrumento poderoso para o desenvolvimento econômico do país e debater medidas concretas para resolver os entraves do setor é fundamental.

Gabriella Dorlhiac, diretora-executiva da ICC Brasil, destacou a importância de o Brasil aumentar sua participação no comércio internacional que, proporcionalmente, não corresponde, hoje, ao peso de sua economia no PIB global.

(Imagem: Katia Ribeiro / Divulgação)

(Imagem: Katia Ribeiro / Divulgação)

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