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TSE rebate informações falsas de Bolsonaro sobre eleições

Falas foram proferidas pelo presidente em encontro com embaixadores. Corte Eleitoral usou esclarecimentos da série “Fato ou boato”, que faz checagem de notícias.

19/7/2022

Após Jair Bolsonaro fazer uma série de acusações relacionadas ao sistema eleitoral em encontro com embaixadores nesta segunda-feira, 18, o TSE rebateu as falas.

Em 20 pontos, a Corte Eleitoral compilou publicações da série “Fato ou boato”, uma parceria do Tribunal com agências de checagem, e desmentiu alegações do presidente em que critica o uso da urna eletrônica, por exemplo, e põe em xeque a segurança do processo eleitoral brasileiro.

O TSE também rebateu ataques direcionados aos ministros do TSE e do STF.

TSE rebate informações falsas de Bolsonaro sobre eleições.(Imagem: Arte Migalhas)

Veja, ponto a ponto, as afirmações do presidente e as respostas resumidas do TSE: 

 

1

Bolsonaro: Apenas dois países do mundo usam sistema semelhante ao brasileiro.

TSE: Além de Brasil, Butão e Bangladesh (que também utiliza cédulas de papel), os equipamentos utilizados pelo eleitorado de parte da França e dos Estados Unidos para realizar a escolha de representantes também não imprimem comprovante físico da votação.


2

Bolsonaro: Hacker teve acesso a tudo dentro do TSE.

TSE: As investidas de hackers na época do pleito de 2020 não obtiveram sucesso. Ou seja, o breve atraso na divulgação dos resultados do primeiro turno nada teve a ver com os ataques. Na verdade, o que aconteceu foi uma demora na entrega de um equipamento usado na totalização, fato que impediu os técnicos do Tribunal de realizarem os testes necessários.


3

Bolsonaro: Hacker poderia excluir nomes de candidatos.

TSE: Em nenhum momento as urnas eletrônicas são conectadas à internet. (...) Uma eventual manipulação na etapa de totalização seria facilmente identificada pela comparação entre o Boletim de Urna – que traz o resultado da votação em cada seção eleitoral – com os dados publicados no Portal do TSE. 


4

Bolsonaro: Logs foram apagados.

TSE: Código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à PF e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado.


5

Bolsonaro: PSDB disse que sistema é inauditável.

TSE: “Mesmo sem a impressão do voto, as urnas eletrônicas podem ser auditadas. As verificações, acompanhadas de perto por diversas entidades respeitadas, ocorrem antes, durante e depois das eleições para assegurar o bom funcionamento do sistema eleitoral brasileiro”. 


6

Bolsonaro: TSE não imprime voto mesmo com recomendação da PF.

TSE: Lei sancionada por ex-presidente da República [prevendo a impressão do voto] não chegou a entrar em vigor porque foi considerada inconstitucional pelo STF. Os ministros do STF concluíram que a impressão dos votos era inconstitucional devido à possibilidade de comprometer o sigilo e inviolabilidade do voto.


7

Bolsonaro: Observadores internacionais não conseguirão analisar a integridade do sistema, pois não há voto impresso.

TSE: Organismos internacionais especializados em observação, como OEA e IFES, já iniciaram análise técnica sobre a urna eletrônica. Contarão com peritos em informática, com acesso ao código-fonte e todos os elementos necessários para avaliarem a transparência e integridade do sistema eletrônico de votação.


8

Bolsonaro: Ministro Edson Fachin (do STF e atual presidente do TSE) resolveu tornar o ex-presidente Lula elegível.

TSE: O ministro Luiz Edson Fachin ficou vencido no tema da execução da pena após a condenação em segunda instância e na competência da justiça eleitoral para julgar as ações oriundas de grandes esquemas de corrupção. Vencido, no entanto, não se furtou em aplicar a posição consolidada pelo Plenário. Sobre o tema do habeas corpus do ex-Presidente, na semana anterior a que o ministro Fachin proferiu a decisão, foi aplicado o mesmo entendimento para deslocar a competência de uma investigação relacionada à Transpetro.


9

Bolsonaro: Ministro Barroso indevidamente acusou Bolsonaro de vazar inquérito sigiloso, quando ele não era sigiloso.

TSE: Corregedoria da PF disse que o inquérito era sigiloso pelo fato de ainda estar aberto.


10

Bolsonaro: É uma empresa terceirizada que conta os votos.

TSE: O sistema de totalização é feito no TSE e é apresentado as entidades fiscalizadoras com 1 ano de antecedência bem como é lacrado em cerimônia pública. Totalização dos votos é feita em computadores localizados na sala-cofre do Tribunal, em Brasília.


11

Bolsonaro: Ministro Fachin diz que auditoria não serve para questionar resultados.

TSE: Frase retirada de contexto. A fala do ministro foi a seguinte: "Auditar trata-se de auditar os meios, instrumentos e procedimentos, e não veículo de uma preposição aberta direcionada aprioristicamente a rejeitar o resultado das urnas que por ventura retrate que a vontade do povo brasileiro é oposta aos interesses pessoais de um ou de outro candidato”.


12

Bolsonaro: O Ministro Fachin foi advogado do MST.

TSE: O Ministro Luiz Edson Fachin nunca foi advogado do MST.


13 

Bolsonaro: O próprio TSE disse que em 2018 números podem ter sido alterados.

TSE: O TSE nunca emitiu tal informação.


14

Bolsonaro: TSE não acolheu as sugestões das Forças Armadas.

TSE: O TSE acolheu, de forma completa ou parcial, 32 propostas feitas pelos integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE) ainda para as Eleições 2022. Esse número representa 72% do total de 44 propostas – o número inicial era 47, mas algumas repetições foram aglutinadas – e 25% delas (11 propostas) estão sendo avaliadas para as próximas eleições municipais. Apenas uma proposta foi rejeitada.


15

Bolsonaro: Inconstitucionalidade do voto impresso. 

TSE: O presidente do TSE disse que o sistema eletrônico de votação é auditável, não uma, mas dez vezes. E afirmou que a impressão do voto não resultará em mais um nível de auditoria, mas numa vulnerabilidade que poderá acarretar a suspeição das eleições e a judicialização dos resultados. 


16

Bolsonaro: Supercomputador.

TSE: O TSE esclarece ser falsa a informação que circula em redes sociais afirmando que o supercomputador empregado para totalizar os votos na eleição, ou seja, que soma os votos enviados por todo o país, é um serviço de nuvem, e não um computador físico.


17

Bolsonaro: Urna autocompleta voto (vídeo circulou na internet sobre isso).

TSE: Avaliação de peritos em edição comprova que o vídeo é falso.


18

Bolsonaro: Transparência do voto.

TSE: O TSE disponibiliza a qualquer pessoa um banco de dados que reúne informações das eleições de 1945 até 2020. O Repositório de Dados Eleitorais (RDE), que pode ser acessado no Portal do TSE, oferece arquivos e tabelas estatísticas contendo, por exemplo, resultados dos pleitos, perfil do eleitorado, prestação de contas e boletins de urna.


19

Bolsonaro: Confiabilidade do sistema eleitoral.

TSE: Ministros do TCU concluíram que não foram identificados, até o momento, riscos relevantes quanto à realização das Eleições Gerais de 2022. A Corte de Contas também destacou que o TSE está alinhado às boas práticas internacionais e possui planos de contingência que oferecem proteção aos processos críticos na eleição capazes de impedir a interrupção das atividades em caso de incidentes graves, falhas ou desastre.


20

Bolsonaro: A PF disse que o TSE é um queijo suíço, como uma peneira. 

TSE: A Justiça Eleitoral não tem conhecimento de tal afirmação feita pela Polícia Federal.

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