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Câmara de Curitiba decidirá cassação de Renato Freitas em nova sessão

O TJ/PR suspendeu, por violação de procedimento e prazos, a sessão que cassava o mandato do vereador.

7/7/2022

A CMC - Câmara Municipal de Curitiba agendou, para agosto, nova sessão para decidir se cassa o mandato do vereador Renato Freitas (PT). A marcação ocorre após decisão do TJ/PR, da última terça-feira, 5, de suspender a sessão que sacramentou a retirada do mandato do vereador por "procedimento incompatível com o decoro parlamentar". 

Freitas está sendo acusado de quebra de decoro por ter protestado em uma igreja de Curitiba pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe, no RJ.

A decisão foi proferida pela desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4ª câmara Cível, em resposta a recurso interposto por Renato contra a decisão proferida pela CMC, alegando ato ilegal de violação de procedimento e prazos praticado pelo presidente da câmara.

Vereador Renato Freitas(Imagem: Rodrigo Fonseca/CMC)

Para o vereador, no julgamento e na cassação de seu mandato, não foi assegurado o pleno exercício de seu direito de defesa. A magistrada aceitou então o recurso, mas deixou evidente que se a CMC quisesse poderia convocar outra sessão.

“Anote-se que nada impede que a Câmara Municipal de Curitiba de, acaso entenda ser caso de exercício de seu poder de autotutela – se porventura promover análise da questão e concluir estar presente o vício formal aduzido pelo Agravante – repetir os atos em comento, objeto de questionamento do writ de origem, repetindo-os, em atenção e estrita observância às normas de regência.”

Assim sendo, a mesa diretora mesmo se dizendo “convicta de que cumpriu com todos os requisitos regimentais pertinentes ao caso” decidiu, em sua maioria, convocar nova Sessão Especial de Julgamento para deliberar sobre a cassação do mandato. "Essa decisão da Mesa Diretora da CMC tem como intuito preservar a segurança jurídica de suas decisões e o melhor atendimento do interesse público.”

A nova audiência será em dois turnos e acontecerá em agosto, concedendo assim, mais prazo para que a parte possa se preparar para a defesa em plenário.

Retomando o caso

O vereador de Curitiba Renato Freitas foi acusado de invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em fevereiro, em protestos contra o racismo e em favor das vidas de Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho.

De acordo com a CMC, Renato teria praticado e liderado três condutas incompatíveis com o exercício da vereança: i) perturbação da prática de culto religioso e de sua liturgia; ii) entrada não autorizada dos manifestantes na Igreja do Rosário; e iii) realização de ato político no interior da Igreja do Rosário.

Em 22 de junho, os vereadores aprovaram o projeto de resolução que determinou a perda de mandato de Freitas por "procedimento incompatível com o decoro parlamentar"

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