A ministra Cármen Lúcia, do STF, determinou que o presidente Jair Bolsonaro seja notificado para que, se desejar, apresente explicações sobre acusações que fez contra a procuradora da República Monique Cheker Mendes, em entrevista à Jovem Pan.
A interpelação judicial foi formulada por Monique em desfavor do presidente. O motivo foi uma entrevista concedida por Bolsonaro em janeiro deste ano ao programa Pingos nos Is. Segundo ela, o chefe do Executivo, a pretexto de opinar sobre atualidades no cenário político nacional, falou que, em 2012, a procuradora teria tentado forjar provas contra ele, em acusação mentirosa de crime ambiental, e que teria procurado uma pessoa da UERJ para dar laudo sobre o caso.
Veja trecho da fala do presidente:
"Eu fui acusado de praticar pesca num dia e hora, duas horas de diferença, entre o auto de infração e meu dedo no painel aqui em Brasília. E mesmo assim, a senhora Mônica Cheker tentou levar avante contra mim, quase tudo pega, levando essa proposta fraudando provas. (...) Ela dando a entender que (...) por eu ser deputado deveria ser punido exemplarmente."
A procuradora explica que teria tratado de uma denúncia contra Bolsonaro por crime ambiental, quando ele ainda exercia o cargo de Deputado. No STF, ela requereu a notificação do presidente da República para apresentar explicação sobre quais provas ele tem no sentido de que ela forjou provas em 2012; e quem é a "pessoa da UERJ" procurada para "dar laudo" a pedido dela.
A ministra Cármen Lúcia acolheu ao pedido e determinou que Bolsonaro seja notificado para, querendo, apresentar explicações no prazo de 15 dias.
- Processo: Pet 10.239
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