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Morre, aos 98 anos, a escritora Lygia Fagundes Telles

Grande nome da literatura nacional, Lygia era membro da ABL e graduada em Direito pelo Largo S. Francisco.

3/4/2022

Faleceu neste domingo, 3, aos 98 anos, em São Paulo, a escritora paulista Lygia Fagundes da Silva Telles.

Ícone da literatura brasileira, ela era integrante da Academia Brasileira de Letras, a quarta ocupante da cadeira 16, tendo sido eleita em outubro de 1985.

Lygia era antiga aluna do Largo S. Francisco (turma de 1945), onde já demonstrava sua virtuosidade literária nas revistas acadêmicas. Dona de um estilo muito próprio, era uma contista de mão cheia e uma romancista inigualável.

O falecimento foi em casa, por causas naturais. 

Faleceu a escritora Lygia Fagundes Telles.(Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress)

Na Faculdade de Direito da USP, e profundamente inserida no universo da literatura, foi membro do grupo de redatores das revistas Arcádia e XI de Agosto. Neste cenário, conheceu intelectuais como Oswald de Andrade e Paulo Emílio Sales.

Lygia publicou seu primeiro livro de contos, de nome "Porões e sobrados", em 1938, assinando como Lygia Fagundes. Em 1950, casou-se com o jurista e seu até então professor, Goffredo da Silva Telles Jr. Desta união nasceu o futuro cineasta Goffredo da Silva Telles Neto. A partir de então, passou a assinar Lygia Fagundes Telles. 

A escritora contribuiu para diversas áreas da arte. É autora, por exemplo, de "Ciranda de pedra", obra publicada em 1954, e que foi adaptada como novela para a televisão.

Ao longo da carreira, recebeu vários prêmios, como o Camões (2005), e o Jabuti (1966, 1974 e 2001).

Biografia

Lygia nasceu em São Paulo em 19 de abril de 1923. Passou a infância no interior do estado. Na época do ensino Fundamental, ela voltou para a capital com o pai, advogado, e a mãe, pianista.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP, onde se formou. Quando era estudante do pré-jurídico, cursou a Escola Superior de Educação Física da mesma universidade.

Segundo a ABL, ainda na adolescência manifestou-se a paixão pela literatura, incentivada pelos seus maiores amigos, os escritores Carlos Drummond de Andrade e Erico Verissimo.

Lygia Fagundes Telles conduziu sua trajetória literária trabalhando ainda como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria. Foi ainda presidente da Cinemateca Brasileira, fundada por Paulo Emílio Sales Gomes.

Teve seus livros publicados em diversos países: Portugal, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Espanha e República Checa, entre outros, com obras adaptadas para TV, teatro e cinema.

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