“Apesar de sermos maioria, na prática há muitos desafios para exercermos nossa profissão.”
Assim analisa a advogada Izabella Borges sobre a presença da mulher na advocacia e na sociedade. Ela destaca alguns protocolos que o Judiciário tem implementado para proteger as mulheres. Ouvidoria da mulher e inclusão de perspectiva de gênero são alguns dos pontos levantados pela advogada.
Avanços e desafios
Lançado em outubro de 2021 pelo CNJ, o protocolo de perspectiva de gênero fomenta a adoção da imparcialidade no julgamento de casos de violência contra mulheres evitando avaliações baseadas em estereótipos e preconceitos existentes na sociedade e promovendo uma postura ativa de desconstrução e superação de desigualdades históricas e de discriminação de gênero
Izabella Borges é advogada de Duda Reis no caso Nego do Borel e de Franciane Andrade, influencer que foi vítima de abuso sexual no em Jaguariúna.
Para ela, os protocolos de perspectiva de gênero protegem as vítimas de violência doméstica, mulheres que litigam em casos de família e que constantemente são revitimizadas.
Outro ponto levantado pela advogada como avanço foi a Ouvidoria Nacional da Mulher, espaço para o recebimento de informações, sugestões, reclamações e denúncias sobre a tramitação de procedimentos judiciais relativos à violência contra a mulher.
Apesar dos avanços, Izabella ressalta que muito embora as mulheres detenham habilidades naturais, intrínsecas à sua existência - de compaixão, acolhimento e compreensão - continuam a não ocupar a maior parte dos espaços, garantidos para os homens.