Cada vez mais os dados ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) estão sendo demandados pelos investidores. Fundos de investimento e o mercado de capitais têm dado mais atenção ao tema que passou a ser um ponto fundamental na tomada de decisões, mas não se trata de algo simples. As definições de ESG e as principais diferenças para o conceito de sustentabilidade, o olhar do mercado financeiro para a sustentabilidade, o papel das empresas na pauta ambiental, práticas de inovação social e a governança como base do ESG, são direções que demandam, estudo, mão de obra capacitada e uma imersão do que demanda este segmento.
"Ao identificar aspectos de ESG, impacto social e ambiental, é possível desenvolver ações para reduzir riscos, gerar lucro e agregar valor ao negócio. Ações práticas e seus respectivos desdobramentos agregam valor a longo prazo para o negócio e seus stakeholders. Mas esse compromisso vai além da obrigação, é preciso consciência", sustenta Rebeca Stefanini Pavlovsky, advogada associada do escritório Cescon Barrieu Advogados. Segundo a especialista, as práticas de ESG aos propósitos e valores de um empreendimento, já atraem a atenção do mercado com a atração de novos investimentos, valorização na Bolsa de Valores e também com a existência dos títulos verdes e sociais e de fundos de investimentos destinados a suportar projetos com impacto social e ambiental.
Para o advogado associado do Cescon Barrieu Advogados, Henrique de Araujo Gonzaga, a adoção de critérios ESG são necessárias e representam profunda mudança nas relações entre empresas, investidores, fornecedores, consumidores, governos e comunidade. "Negar a inter-relação entre as atividades econômicas, as relações sociais e o equilíbrio do meio ambiente é furtar-se do compromisso e da responsabilidade de se garantir um meio ambiente saudável para as futuras gerações, como o fez nossa Constituição Federal e é dever de todos nós", diz.
Livro explora o tema detalhadamente
O assunto é, inclusive, o tema principal do e-book "Inovação: O Motor do ESG", lançado pela Fundação Dom Cabral e que conta com a parceria e colaboração do escritório Cescon Barrieu Advogados e discute as principais práticas ligadas ao ESG no meio empresarial. A publicação, que possui 54 artigos de 65 autores, finaliza uma programação que contou com uma série de debates, lives, entrevistas com líderes empresariais e casos de estudo envolvendo práticas sociais, ambientais e de governança no mundo corporativo.
A obra se divide em cinco seções que debatem as definições de ESG e as principais diferenças para o conceito de sustentabilidade, o olhar do mercado financeiro para a sustentabilidade, o papel das empresas na pauta ambiental, práticas de inovação social e a governança como base do ESG. Além de artigos de especialistas das áreas, todos os capítulos contam com cases de grandes empresas como Movida, Banco BDMG, Suzano, Grupo Fleury, Irani e Vedacit. Ao todo, seis sócios e seis advogados associados do Cescon Barrieu Advogados participam da elaboração de artigos para a construção do livro. Eles também participaram das séries de lives e debates promovidos pela Fundação Dom Cabral.
O objetivo principal é demonstrar como a agenda ESG na rotina é um processo complexo, mas necessário. "O ESG ajuda a proteger e criar valor para as organizações. É preciso estar na essência do negócio, ser algo mais profundo", afirmou o professor da FDC, Heiko Spitzeck. Os autores discutem como a agenda ESG pode trazer diversas oportunidades para investimentos e negócios, mas também podem ajudar a mitigar os impactos ambientais de suas atividades, a promover a igualdade social, por meio da promoção à educação e a produzir uma transformação na sociedade com práticas de governança efetivas.
Entre os diversos aspectos abordados, é possível destacar alguns dos principais para a garantia efetiva da implantação de uma agenda ESG:
- Criação de um comitê de sustentabilidade, composto por membros do Conselho de Administração, que busque entender onde se encontra o ESG na empresa atualmente e defina os objetivos da implantação de ações sustentáveis e de ESG, com números que possam ser monitorados e medidos.
- Definição de práticas e metas bem definidas, com os impactos positivos e negativos para a empresa e projetos bem alinhados com a visão da empresa. É preciso saber como investir o tempo e o dinheiro.
- Treinamentos e capacitações que comecem com as principais lideranças que sejam capazes de engajar equipes e difundir os conceitos de ESG e sustentabilidade para toda a empresa.
- Realizar a Due Diligence, processo de análise de documentos e informações disponíveis em uma empresa, para prevenir a violação e irregularidades relativas aos processos ESG, permitindo assim a adoção de ações de maneira estruturada e organizada.
- Políticas de incentivo e critérios de remuneração variável a executivos que promovam e colaborem para a adoção de práticas ESG.
Clique aqui para conferir o e-book completo, assim como todas as lives e debates promovidos na série de eventos "Inovação: O Motor do ESG".