Nesta quarta-feira, 24, durante uma solenidade do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o exame da OAB:
“Eu não consigo entender que uma pessoa faz cinco anos de Direito e depois tem que fazer uma prova para poder trabalhar. Imagine comigo isso. Eu faço quatro anos de Academia das Agulhas Negras e depois tenho que fazer uma prova para saber se eu posso ou não ser oficial do Exército, assim como para todas as profissões.”
Em seguida, o presidente disse que em seu governo já tentaram estender essa prova para outras atividades e deu uma alfinetada no ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
“Queriam estender essa prova para várias outras atividades, como, por exemplo, a medicina. Um colega que, no começo do mandato, além do protocolo do ‘fique em casa’, queria também praticamente extinguir o revalida no Brasil.”
Luta contra a carteira da OAB
Em diversas oportunidades, Bolsonaro demonstrou seu descontentamento com o exame da OAB. Em outubro de 2020, o presidente encontrou-se com apoiadores diante do Palácio da Alvorada e afirmou que "não pode a pessoa se formar e não poder trabalhar".
Já em maio do ano passado, ao responder um bacharel sobre "direito ao trabalho" dos advogados, o presidente falou da dificuldade em passar o tema no Congresso: "eu acho justo, fez faculdade tem que trabalhar. Não tem que fazer exame de Ordem, que é um caça-níquel, muitas vezes".
Em 2007, quando era deputado Federal, Bolsonaro propôs o PL 2.426/07, a fim de que fosse extinto o exame. O projeto foi apensado a um outro de 2005, proposto por Max Rosenmann, com mesmo tema. Os textos ficaram na gaveta e aguardam o parecer do relator na CCJ.